Hoje, 03 de julho é mais uma efeméride para se pontuar no calendário da história que a resistência preta é um dos capítulos que carece ser relembrado.

Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, a data foi criada para relembrar a aprovação da Lei n° 1.390, conhecida como Lei Afonso Arinos, em 1951. 

E, em tempos idos, feito #tbt, o governo de Renan Filho foi extremamente insensível à causa do combate ao racismo estrutural,

A pauta antirracismo não foi considerada relevante para ser mote prioritária de discussão governamental e a secretaria responsável por articular a questão se mostrou incipiente, inócua, inoperante, na fomentação de caminhos.

Mesmo sendo o berço da luta ancestralmente resiliente e centenária contra a opressão escravagista, Alagoas política “tá nem aí” pra sua população preta. Somos, uma das populações mais miseráveis dentre as miseráveis do Brasil todinho.

Mesmo sob uma política mais à esquerda entramos no ponto cego nas políticas de direitos humanos, invisibilizados pela ótica da universalidade estabelecida nos trâmites políticos da SEMUDH.

Um bom exemplo é como tratam a violência doméstica, o feminicídio que virou lugar comum em Alagoas. É, perceptível que o percentual de mulheres agredidas, mortas são pretas, mas, esse prisma não é pontuado, devidamente. Os recortes, necessários são “esquecidos” em nome de uma conveniente universalidade.

A gestão da SEMUDH não traz a expertise no trato das especificidades, protagonismo e diferenças das “populações especiais”.

Os indicadores de produção da SEMUDH, nos últimos 4 anos foram um zero à esquerda:

Alagoas não tem um Plano Estadual de Políticas para Promoção da Igualdade Racial,

A Lei nº 10.639/03 foi posta no cantinho do castigo,

Alagoas não tem um Fundo Estadual de Políticas para Promoção da Igualdade Racial.

Alagoas não tem um Centro de Referência para o trato do combate ao racismo estrutural

Alagoas desconhece a história da ancestralidade de seus Quilombos

Alagoas não tem olhar específico para o Plano da Saúde da População Negra,

Alagoas não tem nenhuma Política de Enfrentamento ao Genocídio da Juventude Negra (além de ações pontuais e esporádicas, como o encontro realizado com jovens das periferias, em hotel de luxo, pra cumprir tabela)

E, as ações urgentes e necessárias do Conselho Estadual para Promoção da IgualdadeRacial habitam onde?

Vidas Pretas são desimportantes (somos 74% da população alagoana), para  a política orçamentária do governo do estado de Alagoas??

A criação, na estrutura da SEMUDH, pelo governo atual, de uma superintendência da igualdade racial, é o começo de alguma coisa, mas, continuar com a mesma gestão inócua é trocar 6 por meia dúzia.

Estamos na metade do ano e não aconteceu nada, de nadica, e, é impressionante como, mesmo sendo o berço da luta ancestralmente resiliente e centenária contra a opressão escravagista, Alagoas política “tá nem aí” pra sua população preta.

Hoje é 3 de julho!

Salve????????????????????