As mais recentes pesquisas de intenção de votos em Maceió (todas elas) mostram que o atual prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), tem uma certa vantagem em relação aos concorrentes. Vale ainda um ponto de observação: o capital político de JHC não depende do partido no qual ele se encontra, muito menos das escolhas que fez em relação à eleição presidencial.
O prefeito tem o seu público comprovado em uma trajetória que o levou aos mandatos de deputado federal e, posteriormente, à Prefeitura de Maceió, sendo sempre bem avaliado na capital alagoana. Se essa avaliação corresponde a verdade ou não, aí é outra história...
Obviamente, sua gestão (de JHC) tem falhas. Foi possível observar desorganização nos primeiros dois anos de mandato, falta de unidade, dificuldade de entregas e uma preocupação exacerbada com as “narrativas” oriundas de redes sociais.
Todavia, o prefeito – ainda que de forma lenta – conseguiu uma reforma administrativa, cujos resultados práticos ainda podem ser questionados, que ampliou alianças políticas e eliminou adversários ainda no “tapetão”, como foi o caso do deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil), que deixou de ser um possível adversário em disputa futura para um atual aliado. JHC ainda estreitou laços com o deputado federal e presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas) e, mesmo o quase “escanteado” e “homem do bloco do eu-sozinho” senador Rodrigo Cunha (Podemos) ainda permanece com espaços na administração municipal.
Ou seja: JHC iniciou o ano de 2023 se movimentando, dentro de um cenário favorável a ele, tentando ampliar vantagens e, como ele mesmo chegou a afirmar em entrevista a este blog, “mantendo unidas as forças contrárias ao MDB”.
O MDB, entretanto, não deve desistir da disputa, jogar a toalha ou deixar “correr solto”. Longe disso. A trancos e barrancos, o ex-deputado estadual Davi Maia (União Brasil) foi escalado pelo governador Paulo Dantas (MDB) e pelo senador Renan Calheiros (MDB) para consolidar uma oposição na Câmara Municipal de Maceió. Nesse caso, sigo afirmando: até esse momento, uma oposição sem unidade e sem identidade. Há também nisso (aposto!) um desejo pessoal de Maia, haja vista como se deu o fim de sua aliança com JHC. O ex-deputado estadual sabe muito bem o que sofreu.
A turma do Palácio República dos Palmares busca as suas alternativas. No jogo político, eis que faz a sua parte. Leio em um texto do jornalista Voney Malta que o nome do vice-governador Ronaldo Lessa (PDT) deve ser jogado em próximas pesquisas eleitorais. Faz sentido! Lessa tem uma trajetória política em Alagoas e o governador Paulo Dantas passou o cargo e deu visibilidade a ele em diversas pautas recentes. Não há ponto sem nó. O desafio de Lessa entretanto é se reconstruir.
Afinal, nos últimos tempos, Ronaldo Lessa foi o político que mais mudou de “canoa”. Já esteve aliado do MDB, já esteve aliado do JHC, já ocupou espaço de primeiro escalão na gestão do ex-governador Renan Filho (MDB) e saiu de lá reclamando por conta de questões envolvendo a ARSAL e a pasta da Agricultura, onde o PDT teve espaços. Enfim, os mais recentes movimentos políticos de Ronaldo Lessa – nos últimos anos – parecem um poço de contradições.
Além de Lessa, o MDB tem seus quadros com os nomes dos deputados estaduais José Wanderley, Cibele Moura; do deputado federal Rafael Brito, dentre outros. Há ainda PSD e PSB dentro do bloco palaciano que podem ser siglas utilizadas no processo eleitoral.
Enfim, o que o MDB faz agora é o óbvio: testar nomes para avaliar cenários e assim, diante das respostas que conquistar, saber se vale a pena montar uma única frente ou dividir o bloco para que com vários candidatos se busque uma disputa em um segundo turno…