O deputado federal Rafael Brito (MDB-AL) criticou e ironizou o depoimento prestado ontem (27) pelo coronel Jean Lawand Júnior, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de janeiro. O coronel respondeu a perguntas sobre as mensagens trocadas entre ele e o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“É inaceitável que um defensor do golpe como Cel Jean Lawand venha a CPMI esgarçar a nossa inteligência. Veio, mentiu, omitiu e ludibriou! Para nossa “sorte” golpistas “tabajara” como esse senhor estavam a frente da tentativa de assassinato da nossa democracia. O povo venceu!”, escreveu o parlamentar alagoano, no Twitter.

 

 

Antes, durante a oitiva, Brito insistiu para que o coronel explicasse melhor sua versão, de que as mensagens visavam não um golpe de estado, mas apenas “apaziguar” os ânimos de parte dos eleitores de Bolsonaro, inconformados com o resultado das urnas.

Entre os trechos de mensagens trocadas entre Lawand e Cid, o deputado citou uma na qual Cid afirmava que Bolsonaro não deu a “ordem” porque não confiava no Alto Comando do Exército. Brito questionou o coronel, que respondeu que a ordem em questão era para que as pessoas voltassem para casa. 

“Queria render homenagens ao Alto Comando do Exército, porque a gente só não vive um golpe de Estado hoje por conta da falta de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro e de pessoas como o senhor, no Alto Comando do Exército”, prosseguiu o parlamentar.

Lendo a transcrição de outro diálogo, Brito voltou a questionar como a seguinte frase dita pelo coronel poderia ser algum tipo de “apaziguamento”: “Soube agora que não vai sair nada. Entregamos o país aos bandidos...”.

"Para mim cada dia é mais cristalino, mais claro que pessoas tentaram articular um golpe de estado e, pelas mensagens, o senhor precisa melhorar um pouco seus argumentos para se defender melhor. Porque está muito claro que o senhor era partícipe de toda essa tramoia e que graças - como o senhor e Mauro Cid mesmo falaram - à falta de confiança no Alto Comando do Exército, Bolsonaro não teve condições de colocar em vigor.”, finalizou o parlamentar.