Um dos defensores da adoção de políticas de inclusão regional nas universidades públicas de Alagoas, o professor de Literatura Beto Brito afirmou que o Projeto de Lei (PL), de autoria da deputada estadual Cibele Moura, priorizando alagoanos no ingresso em universidades públicas estaduais, será um fator decisivo para garantir aos nossos estudantes igualdade de condições na disputa.
“As políticas regionais de inclusão são fundamentais para diminuir a desigualdade educacional no país. Comecemos avaliando o Ideb... Alagoas teve o 4º pior desempenho do país no ensino médio. Como concorrer em condições iguais com alunos de outros estados? Muitos falam em isonomia, mas não conhecem o sistema. Quem sofre é o estudante desamparado”, analisou o professor.
Beto Brito destacou ainda o fato de outros estados vizinhos adotarem bonificação para sua seleção, deixando o estado de Alagoas “ilhado”. O professor citou, entre as faculdades que já utilizam o critério regional, a UPE (10%); UFPE (7%); UFPB e UFRN (10%).
Segundo ele, Resolução da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) prevê o acréscimo de 20% na nota final do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Em novembro de 2021, o Beto Brito e um grupo de alunos questionaram à Ufal sobre a ausência de políticas de inclusão regional em Alagoas. “Participamos de audiência pública e finalmente conseguimos 3% para o curso de Medicina da Ufal. A Uncisal já possui a bonificação de 5%, mas em outros estados esse percentual vai de 10 a 20%, inclusive em estados em que o Ideb é melhor que o de Alagoas”, completou.
Reparação
Rogério Canuto da Costa Filho. Estudante do Jaguar Cursos, também saiu em defesa da matéria, reforçando que outros estados da federação já oferecem bonificação para universidades estaduais e federais que chegam até a 20%.
Lembrando da luta encampada com a ajuda do professor de Literatura, o estudante destacou que “a proposta sempre esteve na mente dos vestibulandos, pois sabemos como o processo para entrar na faculdade é difícil e o quão grande é a desigualdade social, principalmente no âmbito educacional. O Projeto de Lei vai possibilitar realmente uma proteção para os estudantes alagoanos, de modo a tentar reparar a desigualdade educacional”.
Sobre o PL
Na justificativa da proposta, a parlamentar também ressaltou que outras universidades, em estados vizinhos, já utilizam o critério regional.