O que me encanta, para além da cidade maravilhosa, Rio de Janeiro, são suas histórias de lutas negras, mesmo que dentro de universos distintos e dispares.
É o emancipar de caminhos.
É o Rio do Marcos Romão, o que construiu pontes Brasil-Berlim alicerçadas em direito e revoluções para o povo preto, e do Orun continua a enviar luzes para os becos áridos, de agora.
-Está tudo bem por aí, Marcos?
Sua trajetória de vida e obra até virou filme, pelas mãos do cineasta Clementino Junior.
O que me encanta no Rio são as falas de prioridade das mulheres pretas que ocupam os parlamentos e invertem a lógica do silenciamento pactuado, do machismo.
Tem a matriarca-lendária, deputada federal, Benedita de Souza.
Da nova geração política, acompanho e admiro a deputada estadual, Renata Souza, (quem sabe a futura prefeita do Rio?), a deputada federal, Taliria Petroni, a vereadora, Benny Briolly, de Niterói, e, principalmente, a eterna Marielle Franco que agrega valor ao processo de lutas e enfrentamentos atuais.
E tem, também, todas as gentes dos afetos, (não vale citar nomes para não esquecer ninguém), que essa ativista, sente falta do abraço, da conversa aproximada, dos fartos encontros que produzem barulhos revolucionários.
Tem as parcerias que substantivam, partilham propósitos e reverberam o nome do grande Abdias Nascimento.
Obrigada Elisa Larkin e ao IPEAFRO.
Tem tantas gentes e muitas histórias de construção do trabalho assertivo, honesto e isso, que cria homenagens.
Em julho das pretas,no Rio de Janeiro, o Encontro Nacional das Rainhas Nzingas, homenageará 11 mulheres brasileiras e a representante de Alagoas será essa ativista.
A homenagem acontece no Rio negro de lutas, que habita o coração dessa ativista.
E, como articuladora que sou, já proponho fazer agendas de conversas.
Povo do Rio ,vamos conversar?
O Troféu Rainha Nzingasurgiu dentro das atividades do Festival de Cultura e Arte Negra – Fecan e tem por objetivo da visibilidade e valorizar a luta das mulheres que militam no combate ao racismo em diversas frentes.
O nome é uma homenagem à rainha Nzinga Mbandi, conhecida como Jinga ou Ginga, que se notabilizou no século XVII pela resistência à dominação europeia em terras africanas e pela manutenção das tradições de sua gente.