Eu , sou uma mulher preta, nordestina, das Alagoas de Palmares , tecida com um fio de aço, que nas tempestades se verga até o chão, e às vezes, dilacera úteros, mas, na primeira calmaria, se ergue com a força do vento, porque apesar da idade, há, filh@s metafóricos para serem paridos.
Sou filha de Obaluaê, (Atotô, meu Babá, tão amado), de Exu, (Laroiê!) Iansã (Eparrey!) e a senhora Iemanjá, (Odó Iyà!), que cotidianamente sopram ao meu ouvido:- vai, Arísia Barros, ser gauche na vida.
Arregaço as mangas, paraliso os medos, e respondo: eis-me aqui!
Eu sei da pedra fundamental onde fui assentada. dos medos múltiplos, mas, sobretudo, sei do excesso de coragem que me impulsiona para as revoluções cotidianas..
Eu, mulher preta, resisto alicerçada com o ativismo crítico, do qual tenho um orgulho extremo.
Eu SEI quem eu SOU e o que estou fazendo NESTE lugar.
Respeite minha trajetória, luta e história.
Respeite meus cabelos, branc@s! (atentem para a vírgula. Tá bom?)
Que todo povo espiritual sopre vento bem forte para arrastar as ciladas montadas ao longo das trilhas.
Atotô!