O OEPPIR-Al, (vocês já sabem, né, mesmo?) é o apelido afetivo do Observatório Estadual de Promoção das Políticas para Igualdade Racial, uma instância do movimento social, em Alagoas
O OEPPIR-Al é presidido por Arísia Barros, Ana Paula e Vania Gatto, três mulheres, ativistas pretas.
Na manhã-tarde dessa quarta-feira, Arísia Barros recepcionou Ryan B. Morrison, doutorando em Letras na Universidade do Texas em Austin, Estados Unidos, em uma visita a Serra da Barriga,
-Esse território, suas lutas e memórias ancestrais representa um dos capítulos mais singulares da história universal- afirmou Ryan.
A tese da pesquisa de Ryan, desconstrói o imaginário racial dos Pampas na fronteira meridional do Brasil, um território que continua abafando a centralidade de sujeitas, sujeitos e sujeites negres e indígenas
Foi o Oscar Henrique, meu querido jornalista, bom parceiro lá de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, quem nos apresentou ao norte-americano.
Ryan veio a Alagoas.
E nessa quarta-feira, em caravana fomos eu, Ryan, Augusto e Vitor, pelos caminhos, que nos leva a Serra da Barriga. Teve visitação, também, ao Quilombo do Moquém. Almoçamos na floresta de beleza e paz que é o Mirante das Águas, do querido Adeito Lima e fechamos o dia, em uma entrevista ao jornalista, Anthony Albuquerque, da rádio Quilombo, em União dos Palmares.
Foi um dia robusto de andanças pela história do ativismo preto das terras das Alagoas.
Acho que o cabra apreciou , porque hoje, mais cedo, mandou mensagem:- Muito obrigado por tudo hoje, Arísia, realmente foi uma ótima experiência, mas, quando vamos fazer o percurso da Maceió-negra?
Eita, seu menino!!!
O que essa ativista achou legal foi o interesse do norte-americano em conhecer essa história negra que pulsa nos muitos cantos das Alagoas de Palmares e na capital, Maceió.
O interesse não é usual. Ora,se a própria Alagoas promove, diariamente apagamentos históricos, no legado preto ancestral, na lógica do pardismo conveniente e naturalizado.
Sigamos!
Obrigada, Ryan!