Em uma postagem, em suas redes sociais, o Tribunal de Contas do estado de Alagoas, exaltou Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon-Duas Sicílias e Bragança , como a princesa que livrou o Brasil da vergonha nacional da escravidão ,que enfeiava o país.
O post, além de alimentar estereotipos desnecessários, corrobora com apagamentos históricos, deixando de dizer que o Brasil foi o último país do continente americano todinho a “abolir"a escravidão, e resistiu até onde pode, mas, a pressão sistemática da Inglaterra, por motivos economicos, e as muitas lutas de ativistas pretos e abolicionistas fez acontecer a sanção da Lei n.º 3.353, de 13 de maio de 1888.
Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon-Duas Sicílias e Bragança pouco atuou, ou teve um envolvimento direto com a questão da "abolição."
E por falar em libertação...
Isabel possuía escravizad@s, invisíveis, que ela registrava em seus escritos como ‘negrinha’, ‘escravo de quarto’, ‘negros’ ou ‘pretos’.
O post fala em fim da escravidão.
De qual escravidão estão falando?
Por acaso, o TCE-AL, não tem conhecimento dos índices alarmantes de gente preta que passa fome, nas Alagoas?
36,7% de pret@s famélicos.
Não será isso escravidão, atrelado ao racismo estrutural fruto desse processo histórico?
O genocídio da juventude preta, escamoteado, esquecido, jogada para debaixo de tapete dos ricos salões das autoridades alagoanas.
Não será isso escravidão?
O número acintoso do analfabetismo que grassa nas terras de palmares, elencando um considerável percentual de gente preta
Não será isso escravidão?
O desemprego avassalador com CEP, gênero e raça.
Não será escravidão?
O TCE-AL reconta o passado da história, com apenas uma versão, a dos vencedores.
Isso é ruim!
Que Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon-Duas Sicílias e Bragança descanse, em paz!
Precisamos falar sobre o 14 de maio.
O day the afther!