“Eu vou pegar minha viola / Eu sou um negro cantador / A negra canta, deita e rola / É na senzala do senhor / Vou toca fogo no engenho meu pai / Onde o negro apanhou / Mas canta aí, negro nagô”


A música chama-se Quilombo Axé, de autoria do Mestre Zumbi Bahia, quase um hino, a canção afirma, no final, que “13 de maio não é dia de negro”.

 A frase reinterpretada, a partir do letramento racial, reafirma o fato histórico como uma abolição inconclusa, com consequências perversas

13 de maio não conta a história de libertação, e, sim de uma segregação naturalizada chamada racismo estrutural

E, em Alagoas some a data, os outros 364 dias, ou seja, o ano todo, em que a população preta é minimizada, indiferençada pela ausência de políticas afirmativas e inclusivas

Alagoas é um território atípico, mesmo com uma história carregada de significados, retumbantemente, históricos, que conta da resistência contra a opressão escravagista é um estado que faz a linha progressista à la direita.

Bem parda!

Uma boa parcela da esquerda, nas bandas de cá, endireitou-se.

Importante  ressaltar que o PT de Alagoas, em sua jornada progressista de esquerda, não tem segmento específico para a defesa da pauta racial. 

Tá tudo muito estranho, mas, está tudo bem!

O MDB tem em sua estrutura organizacional, o MDB Afro.

Inócuo, acéfalo.  

O PSDB tem o Tucanafro, sem nenhuma atuação significativa.

O  Núcleo Afro do PDT  ocupa  um lugar comum, o da não existência.

PSOL?

Qual a atuação legitima, como tem sido construído o diálogo racial, das siglas partidárias PSB, PCdoB, Cidadania, União Brasil, Rede, Partido Verde, PROS, Novo, DEM, PSL, com a política do antirracismo?

É uma pergunta.

Os Núcleos afros são instâncias importantes para contribuir com a representação da população negra na política, mas, em Alagoas são meros puxadinhos regidos, pela conveniência do momento.

13 de maio não é dia de negro, principalmente, nas terras do Quilombo dos Palmares, da Serra buchuda.

Tá tudo muito estranho, mas, está tudo bem.

Né?!