Elaine Hazin foi testemunha ocular do racismo estrutural sofrido por Samanttha Vitena,mestranda em Bioética da Escola Macional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fiocruz, na noite de 6ª feira (28.abril), no voo 1575 da Gol, e relata:
“Meu coração está sangrando neste momento. Presenciei agora à noite um caso extremamente violento de racismo, sofrido por uma mulher negra no voo 1575 da Gol, chamada Samantha. Depois de uma hora de atraso, embarcamos e Samantha não conseguia um lugar pra guardar sua mochila, o voo estava “cheio” para ela (quando não está, né?). A tripulação ignorava completamente o desespero desta mulher. que era obrigada a despachar a mochila com seu computador - sendo, inclusive, acusada por parte da tripulação de ser “a razão do atraso”. Conseguimos um lugar para a mochila de Samantha e nem mesmo assim o voo decolaria. Mais uma hora de atraso, nenhuma satisfação da cia área, gente passando mal no avião e eis que 3 homens da Polícia Federal entram de forma extremamente truculenta no avião para levar a “ameaça” do voo embora - a Samantha. Ela se defende, mas não reage, alguns pedem pra ela não ir (na maioria mulheres), eu me desespero, todas com muito medo, apreensão e os policiais ameaça algemá-la. Não dizem a razão de levá-la presa, só que foi uma ordem do comandante. Samantha era uma ameaça por ser uma mulher, ser preta, ter voz. Ela foi levada pela Polícia, eu quase fui levada junto por defendê-la, me agrediram, me ameaçaram. A mãe de Samantha chorava desesperada ao telefone por não saber o destino de sua filha. Eu chorava também. Outras mulheres e homens se desesperavam. O que eles não sabiam é que Samanta há não estava só - é que enquanto pudermos, enquanto tivermos forças vamos lutar todos juntos contra o racismo!
Graças ao meu amigo @manoelsoares Samantha não ficou só e teve o apoio de 2 advogados. Mas está história não termina aqui, queremos justiça e respeito para todos, queremos que a Gol, este comandante e a tripulação paguem por este crime e os policiais também respondam por tamanha violência.
Até quando vão querer apagar nossas existências?