O Bel é ainda muito jovem, na casa dos seus 20 anos.

Ontem, em palestra, o Bel falou sobre a Val.

Falou como se conheceram, de uma forma inusitada:

"Pra onde eu ia a Val ia atrás, onde eu estava, não demorava muito e lá vinha a Val. De tanto ela chegar próximo, criamos laços de uma amizade cheia de profundezas.

A Val tinha câncer e uma alegria do tamanho do mundo, e a gente gostava de fofocar muito e ríamos da nossa própria sorte de termos nos encontrado, nessa dimensão.

Pouco a pouco, o   câncer foi corroendo o corpo da Val. Primeiro perdeu o útero, a mama e por último a visão.

Eu lembro de uma cena, na casa da Val, ela falando, um tanto tristonha, que não veria a filha crescer, aí, o marido, para distraí-la da  melancolia , puxou-a pela mão e improvisou uma valsa, bem no meio da cozinha sob uma luz amarela.

Naquele momento tão íntimo e bonito vi, senti e descobri o que é o amor.

Dias depois fui ao hospital para visitar a Val, e ao entrar, ela, já bem fraquinha, me pediu, para contar as resenhas do momento. Com o sentimento de partida, decidi falar o que de fato importava: disse-lhe o quanto  a amava e que nosso encontro foi algo divino, especial. 

Dias depois a Val morreu, mas, em mim permanece vivo todo sentimento de partilha, companheirismo que dividimos e busco levar isso para os caminhos por onde vou.

A Val me ensinou o sentido da humildade, lealdade , amizade e amor e como homenagem, para  ela ,construímos um caramanchão, cheio de flores.

A Val vive em mim!- finalizou Bel.

Ontem, no Centro Espirita, o Bel falou sobre a Val.

*Foto meramente  ilustrativa