Não tenho nenhuma inveja da riqueza do povo. A grande riqueza que quero ter na vida, é aprender a ler e escrever- afirmou a ialorixá  Rosileide Lima, a Neide, do  Ilê Axé de Irá, membra  do Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas a jornalista Tálita Sabrina, da TV Ponta Verde.

Além da Neide são muitas mulheres adultas, e também, idosas, não só do Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas, mas, do entorno da comunidade do Conjunto Sorriso, que são estigmatizadas pelo analfabetismo que as impossibilita de uma real inserção social.

O Conjunto Sorriso I, fica localizado no bairro Benedito Bentes II, em Maceió, Alagoas

É um analfabetismo crônico, persistente, que atravessa gerações:- Como vou ensinar meu filho com os deveres da escola se não sei ler? - indaga uma participante.

E foi a partir dessas demandas, angústias internalizadas, que a presidenta do Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas, Vania Gatto, envidou esforços, no sentido de criar condições para promover espaços de alfabetização e , no sabado11 de março, surge a Sala de Aula Ubuntu , no Instituto Amigos da Periferia, com o apoio   das professoras voluntárias, Priscila Pedroso dos Santos e Elen Cristina da Silva Santos, do Projeto  Ação  com Amor , e do Coletivo, está ensinando suas companheiras  de jornada a ler escrever.

Para substantivar a  criação do lugar alfabetizador para mulheres do  Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas, o Observatório Estadual de Políticas para Promoção da Igualdade Racial solicitou apoio do Poder Público  investimento  básico, no mutirão  educacional, nascido na comunidade, infelizmente o projeto foi tratado com desimportância.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) são 16% de pessoas analfabetas que tem 18 anos ou mais. De 25 anos ou mais são 20,1%. A partir de 40 anos ou mais somam 28,6% e 60 anos ou mais 41,1%.

Alagoas se mantem no ranking do analfabetismo do país, até, entre, os mais velhos.

Ler e escrever é como se a gente pudesse caminhar pelo mundo sem precisar de bengala para entender o que falam as letras- afirma, Neide, a Ialorixá.

Criado, por iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas e do mandato da então deputada estadual, Jó Pereira (2015-2923), o Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas acredita que alfabetizar mulheres pretas é ensinar o caminho do auto empoderamento.

Ubuntu!