As denúncias envolvendo supostos erros médicos e negligência por parte do cirurgião plástico Felipe Mendonça, de Alagoas, levadas a público por um grupo de mulheres, repercutiram nesta quarta-feira (19) na Assembleia Legislativa, dentro e fora do Plenário.

Em reunião conjunta após a sessão, os parlamentares integrantes das comissões de Saúde; da Mulher; e a de Direitos Humanos decidiram encaminhar ofícios ao presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM/AL), ao secretário de Estado da Segurança Pública (SSP) e a presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em Alagoas, para que forneçam às comissões informações sobre as denúncias.

Indignação e cautela

Na tribuna do Plenário, a deputada Fátima Canuto (MDB), presidente da Comissão de Saúde, anunciou que já solicitou à advogada Julia Nunes, que acompanha o grupo, um relatório sobre as denúncias.

Em aparte, Cibele Moura (MDB) informou que se reuniu com o grupo de mulheres quando soube do caso e requereu oficialmente ao secretário da SSP a designação de um delegado especial para investigar os casos. 

A parlamentar citou ainda trecho do relato de uma das vítimas à imprensa: “Ela reclamava que estava sentindo dor, que a anestesia já não surtia o efeito esperado e ouviu: você precisa aprender a fechar a boca. Digo a todos que tentam fechar a boca das alagoanas que, enquanto eu estiver na Assembleia, a minha voz não vai se calar em relação a nenhuma agressão contra a mulher”.

Gabi Gonçalves e Rose Davino, ambas do Progressistas, também se solidarizaram com os relatos das mulheres, alertando para a importância de prevenir a ocorrência de outros casos. 

Reforçando a gravidade das denúncias, Dr. Wanderley (MDB) frisou a necessidade de “muita prudência” para lidar com o assunto e aguardar as apurações legais por parte do Conselho Regional de Medicina e da Polícia Civil. “Isso tem que ser apurado com rigor, individualizando e com muita isenção, para que não possamos provocar injustiça”.

Cabo Bebeto (PL) também pontuou a necessidade de cautela e destacou que, até então, não existia nenhum Boletim de Ocorrência sobre o caso na polícia. Ele sugeriu que as denúncias sejam levadas para a Comissão de Direitos Humanos, da qual é presidente.

“Neste momento precisamos ter responsabilidade com cada caso. Acho que é preciso um médico analisar, antes de um delegado, deputado, jornalista, era preciso ver a opinião de outros profissionais de saúde para avaliar o caso e se ele errou que ele responda”, finalizou Bebeto.

Deputada Fátima Canuto