Penso que não chegou ao teu conhecimento, Paulo-Excelência, mas, em um dia da semana que passou, uma mãe ligou desesperada para a escola, dizendo que precisava de ajuda para o filho, que estava querendo fazer uma “besteira”, com a vida dele.
A equipe da escola ficou desnorteada, porque Paulo-Excelência, as escolas não têm nenhuma orientação para o “como agir”, em momentos aflitos e que pedem soluções imediatas, como esse.
O estado de Alagoas, faz tempo, vem negligenciando a questão da saúde mental da população tutelada, como também nas escolas.
O suicídio é tratado como epidemia silenciosa, mas, de silenciosa não tem mais nada, os casos têm crescido, absurdamente entre crianças e jovens.
Tem gente gritando por socorro, Paulo.
Em 2018, a partir do protagonismo do Instituto Raízes de Áfricas, com apoio da SESAU, na pessoa do então secretário, Christian Teixeira e intervenções parlamentares, da então deputada estadual Jó Pereira (2015-2023), discutimos ações estruturais para a prevenção do suicídio, e desse alinhamento foi criado o Comitê. Estadual de Posvenção e Prevenção.
Na época, a proposta era que secretarias afins se aliassem ao programa de discussões e construções coletivas nos campos de saberes, visando a identificação e prevenção às mortes autoprovocadas, que seria coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde e Comitê Estadual de Posvenção e Prevenção conforme se comprometeu o, então, secretário de Saúde Christian Teixeira.
O tempo passou e lá se vão 5 anos, e a negligência do estado continua avassaladora, quando se trata da saúde mental, coletiva.
O Comitê Estadual de Posvenção e Prevenção, iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas, e, atualmente, coordenado por Delza Gitai e o psicologo José Arnaldo dos Santos, está se sustentando nas pernas, inclusive, já solicitou uma audiência com Vossa Excelência ,mas, o silenciamento foi a resposta.
Suicídio é tabu, né?
Precisamos urgenciar, a implementação da legislação federal nº 13935, de 11 de dezembro de 2019, que instituiu o serviço de psicologia e serviço social, em todas as escolas de educação básica do país.
Ah! E, quanto a mãe do menino foi encaminhada para uma ONG, que tem propriedade na pauta e tomou conta da situação, e mais uma vez, o estado ficou aquém.
Ô, Paulo Excelência, é preciso que o Estado fique atento ao aumento alarmante da ideação suicida, entre estudantes nas escolas alagoanas
Pode colocar a pauta na lista de prioridades, por favor?
Essa ativista agradece.