Na maioria dos templos, Jesus Cristo é representado como um homem branco - seus traços são similares aos de um anglo-australiano (ou europeu).

Como não há uma descrição física de Cristo na Bíblia, tampouco há espaço para dúvidas: o Jesus histórico, o homem que foi executado pelo Império Romano no século 1, era um judeu de pele escura, proveniente do Oriente Médio.

Jesus não era branco, apesar da tendência europeia de representar Jesus Cristo, como um homem branco.

Mas, quão importante isso é? 

Bom, muito, já que, como sociedade, somos plenamente conscientes do poder da representação e da importância da diversidade de modelos de comportamento.

Por que seguimos permitindo que a imagem de Jesus Branco, seja aquela que predomina?

A afirmação teológica de que os seres humanos foram criados à imagem e semelhança de Deus tem consequências: se Deus é sempre representado como um homem branco, por padrão, os homens serão brancos, uma ideia subjacente a um racismo latente.

Nessa Semana Santa, não posso deixar de me perguntar, como seriam nossa igreja e nossa sociedade se aceitássemos que Jesus era negro; o que aconteceria se enfrentássemos a realidade, que não é outra senão a de um corpo negro pregado na cruz, abatido, torturado e executado 

Talvez nossa atitude mudasse se compreendêssemos que a injusta prisão, abuso e execução às quais o Jesus histórico foi submetido têm mais a ver com as experiências dos indígenas, pret@s, ou dos refugiados do que com aqueles que detêm o poder da igreja e que se apropriaram da imagem de Cristo.

Pode parecer radical, mas não paro de pensar sobre o que poderia mudar se fôssemos conscientes de que a pessoa chamada de Deus pelos cristãos não era branca, mas que o salvador do mundo foi um judeu do Oriente Médio.

Você deixaria de acreditar em Deus, ou, no filho Dele por causa da cor da pele? 

 

* Texto condensado da fonte  https://www.bbc.com/portuguese/geral-47985039