A ideia de uma "cidade dos 15 minutos" é criar um ambiente urbano que seja capaz de atender às necessidades básicas das pessoas, como moradia, trabalho, educação, lazer e serviços, a uma distância máxima de 15 minutos de caminhada, bicicleta ou transporte público. O objetivo é tornar as cidades mais compactas, sustentáveis e acessíveis, reduzindo o uso de carros e promovendo a mobilidade ativa.
Para isso, é necessário a implantação de algumas iniciativas que para se desenvolver a possibilidade de se criar uma cidade dos 15 minutos. Pode-se destacar a adoção de um planejamento urbano que priorize o transporte público, as ciclovias, as calçadas e espaços públicos, como parques e praças. Outra medida comumente adotada nas cidades que buscam esse objetivo é a zonificação que consiste em dividir a cidade em zonas que contenham os elementos necessários para o dia a dia das pessoas, como moradia, comércio, serviços e lazer. O que ajuda a organizar o fluxo das pessoas ao longo do dia. Brasília foi uma das primeiras cidades do mundo a adotar esse conceito.
Já o uso misto do solo busca promover a construção de edifícios com seu uso de forma mista combinando diferentes tipos de atividades em um mesmo local, como comércio, escritórios e moradia. Também muito usado é o aumento da densidade urbana com o estimulo a construção de prédios mais altos em áreas urbanas já consolidadas, desde que não afete a sustentabilidade do ambiente, evitando a expansão da cidade para áreas rurais.
Uma “cidade dos 15 minutos” tem como objetivo tornar a vida mais fácil, acessível e agradável para as pessoas, além de reduzir o impacto ambiental das cidades. A implementação dessas iniciativas pode levar tempo, mas com planejamento e investimento adequados, é possível criar cidades mais sustentáveis e habitáveis.
Lisboa é uma cidade que tem trabalhado para se tornar uma cidade dos 15 minutos, adotando políticas de mobilidade urbana. Outras cidades também adotam essa ideia como Paris, França. A cidade já tem implementado medidas para criar uma cidade dos 15 minutos, como fechar algumas ruas para carros e expandir a rede de ciclovias.
Já Barcelona, Espanha, adotou uma estratégia de superquadras, onde as ruas são transformadas em espaços para pedestres e ciclistas, criando um ambiente mais seguro e agradável. Melbourne tem investido em transporte público, ciclovias e parques, e tem o objetivo de tornar todas as áreas urbanas acessíveis em até 20 minutos de caminhada ou bicicleta. Portland, Estados Unidos, construiu uma rede de ciclovias bem desenvolvida, além de um sistema de transporte público eficiente e espaços públicos agradáveis. Hamburgo, Alemanha, possui um plano para tornar a cidade dos 15 minutos até 2030, com foco em transporte público e ciclovias.
Essas são apenas algumas cidades que têm adotado a ideia de uma cidade dos 15 minutos como estratégia para tornar as cidades mais sustentáveis, acessíveis e habitáveis. Infelizmente no Brasil temos vistos poucas iniciativas como essas e, quando são feitas, não obedecem a um planejamento encadeado de ações.
Agora pense: o que sua cidade tem feito para tornar sua vida mais fácil? A minha, Maceió, infelizmente tem involuído. O tempo de deslocamento vem piorando muito. É preciso debater esse tema. Não podemos ficar parados no tempo. A atratividade econômica das cidades cada vez mais passam pela qualidade de vida que oferecem a quem vive e trabalha nelas.
George Santoro