É ainda um menino, 13 anos, mas, carrega com ele o discurso da supremacia, que odeia gente preta.
-Fedorento, macaco!
O racismo introjetado, socialmente e retroalimentado pelo discurso de ódio, que atravessou durante nos últimos anos, os cantos mais longínquos do país, produziu adoecimento mental, difundiu a cultura de morte aos diferentes.
A população negra passou da condição de suspeita, a alvo declarado da supremacia branca, com máscara de caveira e tudo.
Máscara de caveira é um dos símbolos de movimentos supremacistas nos Estados Unidos.
-Fedorento, macaco!
Mortes planejadas à luz do dia.
Sem remorsos!
O propósito do espaço escolar é ser um ambiente colaborativo , contribuindo para a formação de princípios caros à formação humana, como respeito e empatia.
E um desses princípios é o combate ao racismo estrutural, que invade,perversamente, o universo de crianças e a adolescentes das escolas, criando realidades paralelas:
“Eu sou superior a você!”
“Olha só a cor da minha pele!”
“Olha o meu cabelo, bom!”- afirma o menino branco, vivendo em uma realidade paralela, distorcendo as possibilidades para criação de espaços equânimes.
Segregação!
Apartheid contemporâneo!
O menino de 13 anos, com ideias supremacistas, matou a professora, porque ela interveio em sua ira contra um estudante preto.
-Fedorento, macaco!
E no dia seguinte...
A professora Elisabeth está morta.
O menino recolhido, judicialmente.
Mas, o racismo sarcasticamente, gargalha e continua livre, leve e solto
De arma em punho.
O racismo é um camaleão poliglota- afirma essa ativista.
Por que as escolas alagoanas, todas, desde a grande Maceió aos pequenos municípios, ignora a real necessidade da educação antirracista ?
Ou, só vale falar de pret@ se for maio, ou novembro?
Ou, quando o racismo mata e vira manchete nacional?