Que bom, Excelência que, coincidentemente, após os questionamentos do blog, aconteceu, na tarde dessa quinta-feira, a recepção a Ieda Leal, secretária nacional da igualdade racial, no Palácio República dos Palmares.

Sabe o que soa estranho, para essa ativista, Paulo,  é que Ieda, como  representante do governo federal,  precisou se deslocar até Alagoas, para Vossa Excelência assumir  um  discurso progressista de indução política , aos municípios alagoanos, para  criação relâmpago de conselhos da igualdade racial.

Não é assim que a banda toca, Excelência.

Precisamos fazer análise crítica do momento atual.

Institucionalmente, o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial - CONEPIR , que deveria ser o  incentivador da ação nos municípios é anacrônico, insipido, e o que mais tem produzido é a inércia do nada ser, e a Secretaria que o sustenta segue na mesma  e esticadíssima  corda bamba.

Criado em 20 de fevereiro de 2013, por meio da Lei nº 7.448, o CONEPIR é um órgão deliberativo, fiscalizador, consultivo e propositor de políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade racial.

Apesar do importantíssimo papel fiscalizador, consultivo, o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial - CONEPIR. passou um longo tempo inoperante (agora opera? Onde? Como?) e foi por força da cobrança do blog, que tomou posse, em 17 de novembro de 2022, o ano passado. 

Tomou posse e nada mais, aconteceu.

Psiuuu!

Esse peixe vendido, de que temos o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial – CONEPIR é um girino, Excelência.

Alagoas é o país de analfabet@s e a grande porcentagem é de pret@s.

A população famélica em Alagoas é preta

A juventude que mais morre de morte matada é preta.

Os quilombos mais pobres, dentre os pobres do Brasil todinho, estão em Alagoas.

Sedentos de políticas públicas.

A pobreza, em Alagoas, tem cor.

Advinha qual  é?

Sabe o que é letramento racial, Paulo-Excelência?

É a reeducação de conceitos, socialmente cristalizados, sob uma perspectiva antirracista. 

É  desalfabetizar a leitura  eurocêntrica  da gestão pública.

Se teu governo não se alfabetizar, direitinho, a partirdo  letramento racial estamos dando com burros n’água.

Fala com Renata Santos sobre o Fundo Estadual de Promoção de Políticas para Igualdade Racial  foi ela, que , em 2015,  redigiu o projeto, a pedido de George.

O Fundo precisa sair do cantinho de castigo, Paulo.

E o Plano Estadual de Promoção para Igualdade Racial que ninguém ouve falar, nem um bocadinho, assim.

Institucionalmente, a pauta antirracismo inexiste nas terras do Quilombo dos Palmares.

CONEPIR???????

E, para encerrar essa prosa, Paulo, mande o abraço, dessa ativista, para, Ieda Leal, quando reencontrá-la.

Militamos, juntas, nos Fóruns Estaduais Permanente de Educação e Diversidade Etnicorracial, criados pela SECADI, do Ministério de Educação,.

Época áurea, quando Alagoas  se permitia, empretecer, afirmativamente, no mapa do Brasil

“Vou aprender a ler, para ensinar meus camaradas”, bem ao estilo de Paulo Freire, o mestre.

 Letramento racial, Paulo-Excelência é o resumo dessa história, todinha.