Em entrevista coletiva à imprensa nesta quinta-feira (23), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), afirmou que está havendo dificuldades de entender “quem manda ou quem dirige o Senado”, se são as questiúnculas de Alagoas, que não devem interferir na dinâmica do Brasil, ou se são posicionamentos políticos.
Em outro ponto da coletiva, que tratou basicamente sobre o impasse entre Senado e Câmara acerca da retomada das comissões mistas (compostas por senadores e deputados) para análise de Medidas Provisórias (MPs), Lira disse lamentar “que a política regional ou local de Alagoas interfira no Brasil”.
“O Senado não pode ser refém de Alagoas ou do Amapá. O Senado é muito maior, uma casa federativa. Continuo com toda boa vontade de sentar para conversar com o presidente do Senado (Rodrigo Pacheco), e não com os senadores com mais radicalidade na condução desse tema, para que a gente chegue a um consenso”, afirmou, se referindo ao senador Renan Calheiros (MDB) e ao senador Davi Alcolumbre (União-AP).
O presidente da Câmara repetiu em alguns momentos que é inverídico atribuir a ele a criação de uma crise institucional e garantiu que “a Câmara está absolutamente tranquila”. “O que defendemos não é ir contra a Constituição, mas numa proposta de entendimento das duas Casas de alterarmos a Constituição para chegarmos num rito mais atual e que atenda às demandas das duas Casas. Nós não queremos afrontar a Constituição, muito menos declarar guerra ao Senado. Nem o Senado à Câmara, isso não vai levar a canto nenhum. Mas não fui eu quem interrompeu conversas, não fui eu que deixei de conversar e não fui eu que mandei texto e voltei com a minha palavra”.
Lira anunciou ainda que na próxima semana serão votadas no Plenário 13 medidas provisórias do governo Bolsonaro.
No entanto, o impasse em relação ao rito para análise das MPs do governo Lula prossegue.
Veja trecho da coletiva: