Ele desceu majestoso, sustentado por caibros de um caminhão guindaste, como um transpor entre o Ayê e o Orun
Leide Olodum, a mestra que baila aos orixás-deuses, o saudou com uma gira que pulsava a energia vital da vida.
A árvore sagrada de Áfricas, cujas sementes foram trazidas ao Brasil por sacerdotes africanos, assentou suas raízes, no Parque da Mulher, bairro da Jatiúca, um pedacinho do solo da capital Maceió, em estado de Palmares.
Encontro de memórias ancestrais.
Ao som do bailado das folhas, o vento anunciava que a chuva estava a caminho.
Em círculo, uma multidão de gente, feito onda humana, tomada de emoção irmanou-se à sacralidade atemporal.
A moça preta que baila, Olodum, incorporou a energia da benção para semeadura da árvore bendita
Afinal, plantamos Baobá, árvore da resistência, que entrelaçou essências, agregou forças e uniu pessoas.
O Projeto Baobás, surgido do Projeto "Um Quilombo de Baobás" é iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas e do, então, mandato da deputada estadual, Jó Pereira,(2015-2023), que ao longo do ano de 2022, plantou 10 mudas Baobás, em quilombos de Alagoas.
Emais gente foi chegando…
Chegaram essas meninas tão bonitas, tão profissionais, Kedyna Tavares, engenheira ambiental, sanitarista, mestra em geoprocessamento socioambiental e diretora de serviços e planejamento, a Karine Gabriela, diretoria de Arborização e Áreas Verdes. da Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável, da prefeitura de Maceió, que nos apresentou o Ronaldo Farias,superintendente, o coordenador de arborização Rosivan Mendes e tantas outras gentes, no germinar de parcerias profícuas.
O replantio e plantio de duas mudas do Baobá, (doação de Jó Pereira), no Parque da Mulher e a criaçãode um espaço de convivência-afro-cultural, no 21 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, uma ação do Observatório Estadual de Políticas para Promoção da Igualdade Racial e Prefeitura de Maceió, através da SEMED,SUDES é um novo marco na história negra da capital, Maceió.
E, no grand finale, quando as raízes do Baobá encontraram a terra mãe, do Parque da Mulher, a chuva, anunciada pelo vento , caiu com vontade, fecundando caminhos.
E até deu para ouvir o rufar de tambores ancestrais.
Quebra de Xangô!
Resiliência de pret@s.
“Se Palmares não vive mais faremos Palmares de novo”
A benção, Universo!
Ubuntu!