Filha de uma lavadeira e de um pai ausente, Enedina Marques nasceu em 1913, em Curitiba (PR).
Preta, de origem humilde e com mais cinco irmãos, foi criada na casa da família do major Domingos Nascimento Sobrinho, que pagou seus estudos em colégios particulares para que fizesse companhia à sua filha. Em 1931, Enedina concluiu os estudos e passou a trabalhar como professora em diversos grupos escolares. Chegou até a alugar uma casa, onde dava aulas.
O sonho de ingressar em uma Universidade parecia impossível para Enedina – mulher, preta e em um Brasil que há pouco tempo havia abolido a escravidão.
Mas, para Enedina não havia o impossível. Em 1938, ela fez curso complementar em pré-Engenharia durante a noite, e em 1940 iniciou sua graduação em Engenharia Civil na Universidade do Paraná.
Em uma turma composta apenas por homens, ela foi alvo de preconceitos por parte de alunos e professores. Mas sua inteligência e determinação fizeram com que superasse estes obstáculos da mesma maneira como vinha superando desde então. Depoimentos recordam que ela passava as noites estudando, copiando assuntos de livros que não podia comprar.
Em 1945, Enedina ,finalmente, recebe o diploma em Engenharia Civil, tornando-se a primeira mulher engenheira do Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil.
Em 1946, a engenheira Enedina passou a atuar como auxiliar de engenharia na Secretaria de Viação e Obras Públicas do Paraná. No ano seguinte, o governador Moisés Lupion a transferiu para o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica. Lá, trabalhou no desenvolvimento do Plano Hidrelétrico Paranaense e no aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu, com destaque para o projeto e construção da Usina Capivari-Cachoeira.
Fonte: internet