O governo de Paulo causa, à essa ativista , um estranhamento visceral.

Sendo Alagoas um estado eminentemente negro, onde 73% população se autodeclara preta e desse percentual, mais da metade é de mulheres, é inconcebível a ausência de responsabilização da gestão de Paulo com a política da equidade racial.

Paulo gosta muito de contar a historinha que seu governo está cheio de mulheres no secretariado e que isso é notícia positiva no Brasil todinho.

 Sim,  e daí?

Por  não possuir o devido e necessário letramento racial, o chefe do executivo “não percebe” que a formação do seu secretariado é fruto de uma lógica governamental, extremamente,  hegemônica

Hegemonia é exclusão das diferenças.

As mulheres padrão, do governo de Paulo, falam sobre equidade de gênero, a partir das suas exclusivas vivências pessoais. É muito pouco.

E refutamos ao afirmar que , a busca da equidade, passa pelo princípio de adequação da política da igualdade, (trazer pra cima quem está abaixo )e a partir daí podemos falar em equidade.

E não há como falar de gênero, sem falar das opressões advindas da raça e do racismo.

É extremamente perceptível que a gestão do governo de Paulo impõe um lugar sociopolítico para mulher preta.

O lugar das ausências, ou, o não-lugar.

*Mulheres pretas sofrem, permanente, segregação social nos locais e condições de moradia, nas oportunidades de estudo e trabalho ofertada.

*Mulheres pretas são as mais precarizadas pelos serviços públicos como luz, abastecimento de água, redes de esgoto, drenagem, coleta de lixo e pela precariedade ou inexistência de equipamentos públicos comunitários como creches, escolas, lavanderias, cozinhas comunitárias

No governo de Paulo, a mulher preta, pobre, periférica, quilombola segue, no mesmo lugar estanque do governo de Renan Filho,

Marginalizada,

Invisibilizada,

Indiferençada.

No secretariado feminino de Paulo,  mulheres pretas continuam  subrepresentadas

Por acaso, também, não são mulheres?

Já é hora do  governo de Paulo sair dessa caixinha hermética e descobrir que  pra falar de gênero, tem que necessariamente,  incluir raça,  e que a semântica atual diz que a palavra gênero envolve não só mulheres e homens

Quantas mulheres trans  tem no secretariado de Paulo?

Por acaso, também,  não são mulheres?

Alagoas é um estado ,exacerbadamente, conservador e racista.

Vamos falar também sobre isso?

 

*Com informações: file:///C:/Users/ARI_PC/Downloads/33987-Texto%20do%20Artigo-134603-1-10-20200621%20(1).pdf