Ela é uma mulher fragilizada pelos assédios, agressões e torturas que sofreu durante anos em um casamento-que aprisionava seus sonhos, desejos.

“Mesmo sem saber ler e escrever tinha muita  vontade de trabalhar, pra comprar minhas coisinhas e meu marido não deixava. Quando   insistia ele queimava minha língua com cigarro e me mandava tirar a roupa para apanhar.

E batia ,batia, batia até tirar o couro e a fivela do cinto feria minha vagina, que ficava em carne viva”- conta a preta do Coletivo de Mulheres Pretas e Periféricas.

"Por que eu aguentava?-  Muitas pessoas perguntam.E eu respondo que não via saídas. Não podia contar para minha família, senão o desmantelo seria maior e fui ficando. Um dia acordei e disse: preciso me livrar desse homem. Esperei ele sair para o trabalho, arrumei minhas coisas e deixei tudo para trás.

Me casei, novamente, e encontrei a mim mesma"- finaliza assertiva..

Ela é uma mulher preta que aprendeu na rede do Coletivo de Mulheres Pretas e Periféricasa expressar/partilhar suas dores. De quando em vez há choros, e . Vania Gatto,a presidenta, afirma:  O Coletivo tem sido um canto de aprendizado para muitas mulheres, elas tem aprendido a posicionar sua voz, ocupar espaços de enfrentamento, acreditar na própria força,  e a enfrentar o próprio medo.

O depoimento da moça se deu no um encontro entre mulheres urbanas e quilombolas acontecido no domingo, 05 de março, no Quilombo Cajá dos Negros ,município de Batalha, Alagoas.

Iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas, Março Negro,  contou com o apoio da AMA,FIEA, Jó Pereira e Observatório Estadual de Políticas para Promoção da Igualdade Racial

Salve!