Um dos maiores desafios do Brasil rumo a um maior desenvolvimento econômico e social para pela educação profissionalizante e técnica. Enquanto na União Europeia cerca de 40% dos estudantes estão matriculados nessa modalidade, o índice não chega a 10% no nosso país. Os números são de uma pesquisa recente realizada por especialistas do Insper, que também traz uma boa notícia: quem conclui o ensino profissional tem vantagem em relação a quem só cursou o nível médio e entre aqueles com o superior incompleto. A explicação para isso é simples, nos cursos profissionalizantes e técnicos os alunos adquirem competências específicas que facilitam a entrada no mercado de trabalho.

Em Alagoas, parte considerável dos jovens que cursaram o ensino técnico passaram pelas salas de aulas do Instituto Federal de Alagoas, presente em 15 municípios de todas as regiões do Estado. Na última semana, enviei ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, uma ementa importante, com a indicação para que o Ministério da Educação atenda o pedido do Governo de Alagoas para a construção de campi definitivos do Ifal no interior do Estado. 

O pedido resgata uma parceria pioneira que realizamos ainda em 2021, durante minha gestão à frente da Secretaria de Educação, que viabilizou recursos para a construção das sedes do Ifal em Rio Largo, Batalha e Santana do Ipanema, no valor de R$ 48 milhões. Uma parte já foi liberada e agora, como deputado, vou garantir o repasse para que as obras sejam concluídas. Foi a primeira ação desse tipo no país, o convênio entre a Seduc e um instituto federal, marcando as relações institucionais entre esses dois entes.

A chamada Rede Federal de Ensino Profissionalizante teve início em 1909, com a primeira unidade inaugurada em Alagoas já no ano de 1910, como Escola de Aprendizes e Artífices. Ao longo do tempo, ela foi mudando de endereço e de nome. Em 1937 saiu da Rua Boa Vista para o prédio hoje ocupado pelo Espaço Cultural da Ufal, na Praça Sinimbu, já com o nome de Liceu de Artes e Ofícios.

Na sequência foi conhecida ainda como Escola Industrial de Maceió e Escola Industrial Deodoro da Fonseca. Outra grande mudança aconteceu em 1968, já ocupando um quarteirão inteiro na Rua Barão de Atalaia, passando a se chamar Escola Técnica Federal de Alagoas, espécie de símbolo da cidade, servindo até como ponto de referência ligando o Poço ao centro da cidade.

Acompanhando a evolução histórica e social do país, em 1999 passou a ser designado como Centro de Federal de Educação Tecnológica (CEFET), já reconhecido por sua excelência, com a oferta de alguns cursos superiores tecnológicos. Em 2008, já no primeiro mandato do presidente Lula, transformou-se no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, com a expansão pelo interior do Estado. Minha luta é reforçar a consolidação dos campi e avançar na oferta de infraestrutura mais adequada e inovadora. 

Horizontes - Minha luta é garantir novas possibilidades para os alagoanos em idade escolar. No contexto brasileiro, a juventude é a fatia da população que mais sofre para conseguir uma vaga no mercado formal de trabalho, por isso o ensino técnico e de base tecnológica são tão importantes no nosso país. 

Para Carlos Henrique Corseuil, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os mais jovens estão entre os mais afetados pelas sucessivas crises econômicas que atingem o Brasil e o mundo, sem falar do contexto pós-pandemia. São empurrados para o trabalho informal ou menos especializado, comprometendo a sua formação. 

Numa realidade em constante transformação, o ensino técnico e tecnológico contribui para a ampliação de horizontes, principalmente para estudantes que chegam ao ensino médio. Nos últimos anos, tenho mantido diálogos constantes com esses jovens, que precisam fazer um esforço cada vez maior para ingressar no mercado de trabalho, altamente especializado e com poucas oportunidades para quem está começando.

A automação acelerada, a transformação digital e o bombardeio de dados via internet atingem a todos, globalmente. Mas, para a juventude, o momento é particularmente desafiador. Por isso acredito na força da educação profissional e no investimento nos Institutos Federais como centros de referência pautados na ciência, tecnologia e cultura da inovação, em constante troca com o mercado e a sociedade. Estou certo que esse é um dos caminhos para termos um avanço ainda maior na educação em Alagoas.