A folclórica Miss Paripueira pode se tornar Patrimônio Imaterial de Alagoas, cerca de 25 anos após sua morte, em 1998. O projeto de lei (PL) propondo a homenagem é de autoria da deputada estadual Cibele Moura (MDB) e foi protocolado na Casa de Tavares Bastos no dia 17 deste mês.
Na justificativa do PL, a parlamentar lembra que Ambrosina Maria da Conceição, a Miss Paripueira, ficou famosa no município e em todo o estado, graças ao seu estilo exuberante de se vestir e se enfeitar, com roupas coloridas, óculos gigantes, brincos e colares chamativos.
Tanto na tradicional Festa de Santo Amaro, em janeiro, quanto no Carnaval, a Miss era símbolo da cidade, que hoje tem um bloco e um concurso em sua homenagem.
Recentemente, em entrevista ao prefeito de Paripueira, Abrahão Moura, da qual participei como convidada do programa (A)ponte, uma parceria entre a Folha de Alagoas e a Band Nordeste, comentei sobre minha relação sentimental com a cidade, onde passei praticamente todos os verões e carnavais da minha infância/adolescência.
Minha avó paterna tinha uma casa lá, que vivia cheia – entre janeiro e fevereiro – de gente, de sons, de cheiros, de alegria, de amor. Começávamos os dias (eu, minha avó e quem mais quisesse acompanhá-la) caminhando na praia até o Sonho Verde, onde tomávamos banho de mar, ou íamos para o outro extremo, no lado do rio.
À tarde, quando a maré subia, íamos novamente tomar banho de mar, dessa vez na Praia de Paripueira mesmo. À tardinha, era a hora da rede e, se a preguiça deixasse, de ir à padaria a pé comprar pão saído do forno.
De noite, festa na rua ou em casa. Sempre.
Depois, íamos dormir com o cheiro de “Neutrox” nos cabelos e um salgado quente na pele.
Paripueira é um dos meus lugares preferidos no mundo e um pedacinho de quase todas as minhas saudades.
Patrimônio Imaterial do meu coração.