Conheci o professor, Luiz Sávio de Almeida, ( 1942-2023), em um ano difuso, tempo inexato, numa dessas afortunadas, esquinas da vida.
Foi um encontro, insofismavelmente, robusto de expectativas, perspectivas, afetos e produção de memórias.
Sávio, já era uma grande referência intelectual, um mestre parafusando e desparafusando palavras na reescrita e amplificação de discursos e histórias, nas Alagoas, de Palmares.
A primeira República negra do Brasil!
Histórias aprofundadas da alagoniedade, principalmente, junto as gentes descalças, com os pés atolados na lama do descaso estatal.
Com Sávio debulhei caminhos, em territórios negros de impermanência, no auge dos Encontros Afros, que realizamos durante uma década, principalmente, quando essa ativista esteve a frente na Gerência de Educação Étnico-Racial,na SEDUC,AL, gerenciando, no Estado de Alagoas , a pauta das políticas antirracistas.
Sávio foi um grande aliado, que alçava as possibilidades das coisas e levava-as para adiante, para além da linha estagnada do conformismo social, agregando valor a pessoas e lugares.
Um historiador multifacetado, cuja mente pinicava ideias, projetos, incessantemente.
Protagonista de infindáveis momentos, apostava no improvável, na essência da mudança, feito borboleta que desponta na lagarta.
Foi um excelente comunista, subversivo nos lugares de opressão, escutador e aconselhador, um cabra que,muitas vezes, direcionou o conteúdo dos encontros afros, propunha e elaborava títulos suscintos, precisos e eloquentemente, comunicativos.
Foi um bom parceiro de andanças e saberes prosaicos, um verdadeiro sábio dos múltiplos conhecimentos.
E no dia 10 de fevereiro de 2023, às vésperas da festa do frevo, a morte, parceira da vida, convidou-o a transpor o muro para vivenciar novas histórias.
E ele foi.
E,Luiz Sávio de Almeida, ( 1942-2023), o historiador multifacetado, foi distribuir tapiocas no céu,recheadas de afeto.
Tchau, seu cabra!
Foi um prazer conhecê-lo!
Essa ativista.