Na manhã do sábado, 21/01, as mulheres do Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas participaram de momentos lúdicos na Oficina Mergulho no Mar da Saúde Mental, que traz a proposta de criar caminhos para os cuidados da saúde metal, como a priorização do lazer e necessidade de trabalhar vivências pessoais como questões sociais e políticas

A Oficina Mergulho no Mar da Saúde Mental faz parte de um conjunto robusto de iniciativas  do Instituto Raízes de Africas  e mandato da deputada estadual Jó Pereira, como proposta para imersão de valores, amplificando o discurso do ser.

Para muitas mulheres, presas à vida cotidiana de escassas possibilidades ,a ação na praia foi de importância singular, única: “

Hoje foi o dia que me senti a pessoa mais feliz do mundo, porque sai para me divertir, limpar a mente. Eu gostei, eu amei”- afirmou Regina, que aproveitou para catar um punhado de pedrinhas da praia . Com o riso colado na alma, Regina era só felicidade:

-Vou levar para enfeitar na minha estante, em casa- disse mostrando as pedrinhas

Liberdade!

Como Regina teve a Edna, a Lúcia, a Cícera, a Luana todas do Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas que aproveitaram o momento de descontração, esperançando caminhos de bem estar.

Entre gritos satisfeitos, mergulhos um tanto medrosos, o mar  de sábado, em Garça Torta, Maceió,  foi o espaço para recompor as energias, até que em um certo momento a  onda do racismo ,  encharcado de arrogância bateu de frente, com as meninas.

É Luana quem conta: “Uma mulher branca de maiô preto, que estava mergulhando perto, falou bem alto pra gente ouvir:-Com esse povo sujo na praia, a gente não pode nem boiar. Eu odeio negros!”

Disse isso e foi embora.

Luana ainda retrucou que a praia é pública, mas, segundo ela, decidiu não levar a discussão adiante porque não queria perder o dia de lazer.

-Tenho tão pouco tempo para o lazer, que achei melhor deixar ela embora.

Qual o impacto do racismo na saúde metal das mulheres pretas?

A Oficina Mergulho no Mar da Saúde Mental, o Janeiro Branco, o racismo estrutural, institucional , politicas antirracistas e a saúde mental da população negra.

Equações possíveis?!