O presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Arthur Lira (Progressistas), conseguiu – durante a transição e o início do governo petista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT) – ser tão camaleônico quanto exige o fisiologismo clássico da política brasileira. 

 

Isso fez com que Lira conseguisse, quase que de imediato, um “lugar na janela” do novo governo, mesmo tendo sido um importante aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em recentíssimo passado. 

 

O interesse de Arthur Lira, evidentemente, é manter o poder em Brasília e, com isso, se reeleger presidente da Câmara dos Deputados.

 

Para isso, Lira tem trabalhado incansavelmente e, nas semanas que antecedem a eleição do parlamento federal; a ordem é sacramentar os acordos com as mais diferentes bancadas na busca pelos votos necessários. 

 

Apesar de ter a reeleição dada como certa, Arthur Lira inicia essa semana uma rodada de conversações que devem seguir até o dia 31 de janeiro. 

 

A eleição, na Câmara dos Deputados, está marcada para o dia 1º de fevereiro.

 

O camaleônico Lira já articula com as bancadas estaduais. Entre almoços, cafés e jantares, o presidente da Câmara quer a promessa de votos e não quer ser surpreendido por “fogo amigo”. Por essa razão, também investirá em aprofundar o diálogo com as bancadas temáticas, como a do agro, a das mulheres etc. 

 

O receio de Lira se justifica. Afinal, entre petistas há os que defendam que Arthur Lira pode mudar de discurso e de ações ao concretizar o que deseja: a reeleição. O medo de setores do PT é que o futuro presidente da Câmara do Deputados venda dificuldades no Legislativo, diante das formas tradicionais de se fazer política em Brasília.