Segundo uma pesquisa do IBGE, o estado de Alagoas, conhecido por ser o berço da antológica, Serra da Barriga, onde fica o Quilombo dos Palmares, arena da maior e mais longa insubordinação política, em resistência centenária a opressão do escravagismo, a população é 73,4% negra.
A pobreza, em Alagoas fruto das iniquidades sociais e do racismo institucional é algo construído e perpetuado pelo poder político, que dela usufrui, como o “branco salvador”, é declaradamente negra.
A fome , a insegurança alimentar, que persistem, ao longo de programas mirabolantes e midiáticos são declaradamente negra.
Dos miseráveis, entre miseráveis, 36,7% da população famélica é negra.
Nas prisões, somos o percentual, que faz explodir grades e a cor de subalternizad@s é apresentado como troféu nas páginas policiais: Só podia ser negr@!”, ecoam as vozes do conservadorismo e racismo estrutural latente.
Para além do olhar subjugado pela inferiorização histórica conservadora e conveniente, o estado de Alagoas é um grande produtor dos conhecimentos/saberes de gente preta, robustos e propositivos, e onde eles estão?
Por que da invisibilização aceita, naturalizada?
E, surge a pergunta que não quer calar ?
Como planejar um plano político de estado de direitos, para uma população marcadamente negra e não-universal, se não existe representatividade, com o devido, expertise, em raça e gênero, na composição do primeiro escalão do governo de Paulo Dantas?
Vamos trabalhar a questão de raça e gênero!- afirmou o governador Paulo Dantas no discurso do 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, mas, na hora de formar equipe esqueceu de “convidar” pessoas pretas.
Com uma população de 73,4% de pret@s , Alagoas é um dos estados mais racistas do Brasil.
Se esqueceu foi, Paulo?