20h30, véspera de Natal, o homem chegou à porta do prédio, afobado, pedindo desculpas pelo tempo longo de espera, justificando que precisou substituir o colega, que estava trazendo a encomenda, pois, fora “pego” por um ônibus.
O entregador continuou a dizer, que o episódio com o rapaz, desestabilizou todo cronograma de entrega e que ainda tinha que finalizar outras.
Tudo atrasado! -exclamou apreensivo.
Ouvi-o, em sua agitação exausta, palavras cansadas da correria do dia e fiquei matutando sobre o rapaz acidentando pelo ônibus. Qual a garantia que teria de renda, enquanto incapacitado?
Aliás ,quais são as garantias dos entregadores (informalidade), em momentos críticos, quando sofrem acidentes no trabalho?
Na véspera do Natal, o entregador de aplicativo, exercendo suas atividades foi acidentado por um ônibus
E o acidente ocorrido na véspera do natal, (noite feliz?!) nos aponta a necessidade de falar sobre a precarização do trabalho de entregadores, por aplicativos.
Precarização do trabalho pintada de modernidade, que vulnerabiliza vidas.
Nem todo mundo tem a mesa farta.
É Natal!