A depressão matou o padre, apesar da sua fé.
A depressão, como transtorno mental, ainda, é uma das facetas da saúde pública, tratada como somenos, muito ignorada.
Alagoas não tem estrutura de serviços, para tratar a saúde mental da população tutelada.
Defensora tenaz das políticas públicas, a deputada estadual Jó Pereira relata que, em 2019, durante o I Seminário de Prevenção ao Suicídio e Construção de Rede de Cuidados em Alagoas, proposto pela Assembleia Legislativa foi tirado. o manifesto "Cada vida precisa ser preservada" e entregue na ocasião, ao então, secretário de estado da Saúde, Alexandre Ayres.
O documento contém uma série de propostas para trabalhar a rede psicossocial no estado.
O padre se matou, no sabado, e contam que ele andava muito quieto, depressivo.
O suicídio é uma doença volátil e continua tirando vidas, mas, segue sendo um assunto tabu, abafado pelas convicções de que “quanto menos se fala, menos acontece.”
- "Se não foi possível, ao longo de dois anos, colocar, em prática a rede psicossocial no estado, por conta da pandemia, é necessário que essas propostas que têm todas intersetorialidade entre poderes, integração, tenham atenção", disse Jó Pereira, acrescentando que, mais que construir espaços adequados para prevenção e posvenção do suicídio, o Poder Público precisa povoar esses espaços com humanidade: "Precisam ser espaços de acolhimento, humanizados".
A depressão matou o padre e o suicídio, para além do silenciamento, tira de cena muitas vidas, em Alagoas.
As políticas públicas para o trato aos transtornos mentais são urgentes e necessárias.
"Estamos patinando na solução de um problema que não pode ser deixado para depois”, afirmou Jó, cobrando o Plano Estadual de Combate ao Suicídio e reforçando a necessidade desse instrumento como forma de planejar, avaliar e redimensionar metas.
Quando a política da saúde, em Alagoas, vai entender isso?
A depressão matou o padre.
Até quando?
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