O Rotas de Conversas Negrasé uma estratégia de conversas, em espaços públicos, sobre racismo estrutural, visando a maturação de ideias, sob as vivências cotidianas, proporcionando escuta privilegiada, produção de conhecimento, muita troca e observações in loco das reações engendradas nas amarras do racismo estrutural, levando em conta particularidades territoriais, étnicas e econômicas.
Em sua 13ª edição Rotas de Conversas Negras, uma iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas e Pretas Construindo Futuros tem feito a escuta acurada de gentes de diversas partes e contextos diferentes falando de suas histórias e trajetórias, os danos das violências vividas em relação ao racismo, que , naturalizado, atravessa gerações.
O Rotas tem tropeçado no desconhecimento: muita gente sabe que sofreu e sofre, mas, não credita isso ao racismo. Umas pessoas acham que é puramente e simplesmente inveja.
Outras gentes, na sua grande maioria, brancas, minimizam a questão e afirmam que o apartheid social não é por conta do racismo, e sim devido a pobreza.
Tod@s desconhecem números das desigualdades focadas no racismo estrutural, ou nas políticas antirracistas vigentes.
A 8ª edição do Rotas de Conversas Negras aconteceu no Corredor Vera Arruda, dito bairro nobre, na capital Maceió e as respostas hegemônicas traduzem, parcialmente, a percepção do espaço.
Questionada uma solicita senhora de pele clara, com seu pet sendo puxado pela coleira afirmou:- Não existe racismo, o que existe é gente feia. Qualquer mulher- até uma preta- depois de bem-produzida vira uma bailarina.
O racismo é um camaleão poliglota!
E The End!