Nissa Oliveira é uma preta determinada, dessas que arregaça as mangas para colher pingos de chuva, porque acredita em caminhos, mesmo as coisas estando difíceis.
Nissa cultiva a esperança. Esperançar. É uma mulher crédula na vida, apesar do racismo estrutural:
E o projeto Rotas de Conversas Negras, uma iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas e Pretas Construindo Futuros prossegue resgatando histórias, no Novembro Negro, que, na segunda edição dia 21 de novembro, aconteceu no município de Maribondo
Marimbondo dista 73km da capital, Maceió e traduz a memória da mestra Joana Gajuru ,a única Mestra de Guerreiro, em um ambiente predominantemente masculino.
Foi, na rua do Comércio do município, que durante conversa/escuta do projeto Nissia fez o seguinte relato:
“Já estava pertinho de completar um ano de desemprego, por absoluta falta de oportunidades e ao entrar em uma padaria viu, pregado na parede do estabelecimento, um anúncio: "estamos contratando", criou expectativas, conversou com o gerente, que afirmou que não havia mais vagas disponíveis.
No dia seguinte sua vizinha, toda feliz, falou que a padaria estava recrutando pessoas e que ela própria tinha conseguido o emprego.
Nissa ficou muito triste e com a autoestima nos pés e tirou suas próprias conclusões do acontecido: " ter pele clara é requisito para vaga de emprego ".
O Rotas de Conversas Negras vai percorrer cantos, lugares, em Maceió e alguns outros municípios alagoanos. Conta com o apoio da deputada Jó Pereira, empresário Isaac Pessoa, SEBRAE e Federação das Indústrias.
