Noitinha de quarta-feira. Entro no carro de aplicativo e logo, a  conversa se faz amigável, com o jovem, muito simpático, o motorista.

Entre fatos e boatos, o diálogo aterrissa nas manifestações do- daqui -não- saio -daqui- ninguém- me- tira.

Poder público conivente?

 Acuado?

No meio da conversa detalho para o motorista que, no lugar para onde seguíamos, há  muitos seguidores do chefe do executivo nacional.

Ouço a análise realista  do jovem:-Só pode! Bairro de classe média e alta, né?

Digo que sim e acrescente a informação, de que moro lá.

Impactado com a notícia , o jovem motorista vira  a cabeça tensa pela incredualidade:

- A senhora mora, aqui?

- Sim, moro!

-Tem certeza? Pergunta ele,  sem a mínima cerimônia.

Emudeci. Não respondi. Ri um riso exausto. 

Mulher preta. Sabe como e que é ,né?

O racismo estrutural nos cerca todo dia, nas terras de Palmares- Alagoas,  e quem for pret@ que lute.

Novembro!

Ufa!