Essa é a constatação de gente graúda que circula nesse meio. Tudo indica que, pela primeira vez nos últimos 40 ou 50 anos, ao término dessa eleição não teremos adversários, mas sim inimigos políticos.
Seja quem for que conquiste o governo de Alagoas, as coisas caminham para que o grupo derrotado fique efetivamente na oposição ferrenha.
Também pela primeira vez tradicionais famílias políticas - como os Pereira, em caso de derrota de Rodrigo Cunha, não comporão com o governo.
Bem como o herdeiro político de João Beltrão - ex-deputado que sempre apoiou ou compôs com o governo do momento, ou seja, nunca foi oposição -, o deputado federal reeleito Marx Beltrão.
Hoje, esses membros das famílas Beltrão e Pereira, por exemplo, não seriam aceitos caso o grupo político liderado por Paulo Dantas vença o pleito.
Do lado dos apoiadores de Rodrigo Cunha a banda toca a mesma música. Os Calheiros, os Dantas, os Medeiros, entre outros, também estariam fora.
Na Assembleia Legislativa o raciocínio é o mesmo na formação dos grupos de situação e oposição. Mas em caso de vitória de Dantas, como o seu grupo elegeu a maioria dos deputados, terá maior facilidade para governar.
A construção desse clima belicoso surgiu a partir de uma campanha eleitoral onde a baixaria reinou, as agressões passaram dos limites e as traições foram fortes, surpreendentes e deixaram marcas.
Some-se a tudo isso ainda a disputa renhida e polarizada entre os políticos simpatizantes de Lula e de Bolsonaro.
Resta torcermos para a temperatura baixar.