Cinco dias depois de ir para o segundo turno, Rodrigo Cunha ainda não conseguiu retomar a campanha para o governo de Alagoas. O sentimento de enfraquecimento tomou conta da coordenação da candidatura, que não esperava derrotas em Maceió e ainda mais em Arapiraca.
Os dois municípios eram dados como certos pelo senador em qualquer conta feita desde a ventilação de seu nome e apontavam que o desafio dos adversários seria muito maior, afinal, todos largavam atrás.
Só que com urnas abertas, o jogo virou e virou feio para Rodrigo. Conversei com um dos interlocutores da campanha e ele usou a seguinte expressão para resumir a situação: “imagina se o Paulo perdesse em Batalha?”.
Mas o governador fez o dever em sua casa obtendo 73% dos votos. Este é o resultado mínimo que se espera de quem entra em uma eleição: segurar suas bases, avançar onde os outros não têm força. Não foi o que aconteceu. E este sentimento é fácil de explicar.
Há um ano Rodrigo liderava todas as pesquisas de intenção de voto com mais de 40 pontos de vantagem contra o segundo colocado. A força era tanta que o próprio senador - até então no PSDB - delegou para aliados a composição de sua chapa proporcional.
Tranquilo, ele viajava para outros estados, negligenciava possíveis acordos, deixava de receber lideranças e faltava em sessões no Senado. Tanto que o principal mote utilizado na campanha foi sua dificuldade em trabalhar pelos municípios, criando assim um sentimento de decepção.
Enquanto isso, Paulo Dantas já se preparava, fazia reuniões com as mais variadas lideranças, crescia em sua atividade parlamentar da Assembleia sendo relator de matérias importantes, como a mudança dos cargos e carreiras dos servidores. E olha que naquele momento ser governador era apenas uma hipótese.
Os erros do passado agora batem na porta de Rodrigo Cunha. Não ter posições firmes, deixar de lado conselheiros experientes ou achar que alianças são inconvenientes fraturam uma escalada de sucesso.
Agora os reflexos chegam, pois a campanha segue desestimulada – sem a chegada de novos parceiros, com sentimento interno de derrota tamanha a diferença para o primeiro colocado; com aliados descontentes, pois foram para o sacrifício; dívidas com fornecedores; e, o mais grave, um candidato que vive nestes dias seu pior momento político desde que começou a sua carreira em 2014.