Para essa ativista conhecer, a deputada, Jó Pereira, (2016) não foi assim de rompante. Foi o observar desconfiado, um achegar-se aos poucos, um afastar estratégico, o olho de longe, analítico.

Conhecer, Jó Pereira, foi produzir, a partir da Casa de Tavares Bastos, escopos de caminhos discursivos questionadores sobre o racismo estrutural e suas anomalias sociais. 

Tema que se tornou incômodo no governo de Renan Filho e agora de Paulo. Ambos, botaram a discussão no bolso e fizeram troça, galhofa, desimportando o que é tão essencial para luta dessa ativista e dos acertos coletivos com a democracia instalada.

Faz bem uns 20 anos, que essa ativista peleja, por um projeto de governo que abarque todas as pessoas, em uma roda institucional de respeito, na busca de direitos. 

E, para tal provocou/produziu  robustas, incisivas conversas de intervenção, junto ao governo de Renan Filho, demonstrando a urgência politica da implementação de um plano de estado, que implicasse em uma ruptura com o racismo estrutural. 

Apesar  da amostragem dos dados e números da excludência abissal, novamente foi posto em tela o racismo cordial de governantes :homens e brancos. 

Conhecer Jó Pereira foi, de certa maneira, tirar um peso das costas, porque, apesar da resiliência, essa ativista carrega, na bagagem, um excesso de  roupagens de tempos áridos, por conta das muitas pauladas no lombo, perseguições politicas e muitas, muitas  lutas solitárias, e. confesso  senhoras e senhores, carregar esse peso, de quando em vez dá uma fadiga n”alma da pessoa.

Pensar em uma Alagoas que respeita o quilombismo vicejante, instrumentalize a autonomia das pessoas,  e exercite  o letramento racial   é um projeto sonhado faz tempos ancestrais(além do 20 de novembro festivo. Como anda sua consciência?)

Conhecer, Jó Pereira e sua escuta humanizada, atenta do que contava essa ativista, fez o projeto real de mudança (Ei, Alagoas respeite pret@s!) sair das gavetas emboloradas de descaso e do desinteresse institucional feito letras mortas. A pauta se fez mesa, em diálogos espaçados, entre um café e outro e foi criando musculatura.

Conhecer Jó Pereira trouxe para o círculo de afetos dessa ativista, uma  amiga, muitíssimo querida,  confidente, uma “irmã de alma”, como ela bem o diz,  e sobretudo uma mulher politica, ousada, atrevidíssima, poderosa e  que não se rende aos ditames do mundo “mulher pode ser o que ela quiser”.

E quem conhece, de fato, essa ativista, sabe da responsabilidade e compromisso que traz,  com  a causa de pret@s, e esse texto é pra dizer que depois de tantas estocadas, tantos aperreios,há uma renovação da esperança. Começar o trabalho de juntar tijolo com  argamassa  e  construir, ou será, reconstruir o estado politico, das Alagoas, dos Palmares, além da Terra dos Marechais, que respeite as pessoas, suas especificidades, diferenças e dignidades.

Sim, é possível!

Arregaçando as mangas em 1,2,3,4,5,6,7....

Salve, Jó Pereira!