Os quilombos alagoanos, são os mais pobres, entre os pobres do país todinho.
São anos de descaso histórico, do olhar institucional invisível para os esgotos a céu aberto que insidiosos esgotam a miséria no meio dos terreiros.
Nos quilombos alagoanos tem muitas crianças buchudas, negociando com a fome, tempos de vida.
Nos quilombos alagoanos o povo já se acostumou tanto a sofrer, a indiferença do estado, das prefeituras locais, que cabisbaixo aceita, passivamente os desmandos da política colonizadora.
O chicote embrulhado nas cestas básicas:- “se não fizer assim, seu nome será cortado da lista.”
Negociação de gabinete com a fome de um povo, extremamente, esfomeado, por políticas públicas sérias.
Sem atravessadores!
Essa ativista escuta, atenta, as conversas medrosas, de gente que não quer aparecer, pois, carrega o medo de “perder o que já não se tem”
Esse é o tempo do medo: - “como pode nos cobrar, se não nos dão quase nada? Passam tempos sem botarem o pé aqui, agora nos enchem de promessas, que a gente sabe que não serão cumpridas. Se a gente fizer de conta que acredita, tudo fica na paz” - afirma uma quilombola matreira.
O faz de conta da preta, talvez, simbolize o aprendizado da virada do jogo.
É importantíssimo que percebamos as regras do jogo para ressignificá-lo, em nossos territórios pretos de pertença.
Em tempos de democracia, precisamos falar do medo e da perseguição política que assombra os quilombos alagoanos