O desembargador Eleitoral Felini de Oliveira Wanderley suspendeu a divulgação da pesquisa do Instituto DataSensus, prevista para hoje.
Ele atendeu a pedido formulado pela coligação liderada por Rui Palmeira (Pra frente Alagoas), sob o argumento de que “a pesquisa avençada está eivada de vícios formais e materiais, haja vista ter sido realizada sem observância de requisitos previstos pela Resolução do TSE 23.600/2019 para tornar apto e finalizado o respectivo registro, tais como, identificação da área onde foram realizadas as entrevistas, o número de entrevistados por área, entre outros dados”.
Os advogados da coligação de Palmeira apontam como “o primeiro dado suspeito pelo qual a pesquisa necessariamente deve ter sua veiculação suspensa é que escolheu de forma pouco ortodoxa APENAS 0,2% do eleitorado alagoano, e não demonstrou a proporcionalidade do eleitorado representativo de cada município para o total de eleitores do Estado, e sem a identificação das áreas ou bairros de abrangência em cada município”.
A decisão pode ser a primeira de uma série sobre a questão - a ação é inaugural em Alagoas - já que existe hoje um entendimento no meio político de que há uma produção industrial de pesquisas eleitorais com o objetivo de fornecer matéria-prima de propaganda para alguns candidatos.
Ressalte-se: o mesmo problema é apontado em vários estados brasileiros, e levando-se em conta as disputas em curso, muitas bastante apertadas, a divulgação dessas pesquisas pode, sim, trazer prejuízo a alguns candidatos.
A suspensão é liminar, podendo ser revista mais adiante.
Vamos acompanhar de perto.