Por determinação da Justiça, o médico Adriano Antônio da Silva Pedrosa voltou a fazer parte do quadro de docentes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Ele estava afastado das atividades presenciais após denúncias de violentar pacientes sexualmente.
A assessoria de Comunicação da Ufal disse à reportagem do CadaMinuto que o Processo Administrativo (PAD) aberto pela universidade é considerado sigiloso e, segundo o Departamento de Administração de Pessoal (DAP), o retorno do médico “se deu por ordem do juiz, já que antes os atendimentos dele aconteciam apenas de forma remota”.
Em 2019, Adriano Pedrosa foi condenado e teve licença-reclusão, deixando de receber os proventos, porém, com a redução da pena, não teve nenhum impedimento para retornar, haja vista que a Justiça autorizou sua volta às atividades, explicou a assessoria.
Na Ufal existe uma comissão ativa que faz parte do PAD e está avaliando a conduta do médico. A avaliação pode gerar punições como advertência, suspensão e até demissão.
A reportagem entrou em contato com a diretora da Faculdade de Medicina da Ufal (Famed), com as assessorias de Comunicação do Conselho Regional de Medicina (Cremal) e do Hospital Universitário para saber se o médico também voltou a efetuar atendimentos médicos, porém, até o fechamento desta matéria não obteve retorno.
Tentamos também contato com o médico e não obtivemos êxito.
O caso
Adriano Antônio da Silva Pedrosa foi condenado em 2019 a 9 anos, 10 meses e 40 dias de prisão pelo crime de violação sexual contra três pacientes abusadas durante atendimentos médicos em um posto de saúde pública na cidade de Passo de Camaragibe.
Os crimes foram cometidos no ano de 2015. Relatos das vítimas apontam que, mesmo não tendo reclamado de qualquer problema ginecológico, o médico Adriano Antônio da Silva Pedrosa vestia uma luva nas mãos e molestava as pacientes sob o pretexto de investigar se elas estavam ou não com alguma doença nos órgãos genitais.
Em 2018, outra mulher procurou o mesmo posto de saúde, a fim de que o médico analisasse o resultado de um exame de abdômen total. Conforme relato da paciente dado à época ao Ministério Público, o médico mal olhou o exame e solicitou que a paciente deitasse na maca e em seguida começou a apalpar seus seios, em seguida deixou a paciente totalmente despida pediu que levantasse as pernas, colocou uma luva, gel e manuseou a vagina da vítima por cerca de 20 minutos.
Outro caso de abuso praticado pelo médico foi registrado em 2014, contra uma paciente, grávida de sete meses.
Adriano Antônio da Silva Pedrosa responde ao processo nº 0700291-22.2015.8.020027 pela mesma conduta criminosa, tendo o ilícito ocorrido em 2 de julho de 2015.