Jéssica é a mãe de Maria Clara Gomes da Silva, que desapareceu no dia 19 de julho de 2021, aos 5 anos, praticamente da porta de casa, no bairro do Vergel do Lago, em Maceió,AL.

São 396 dias.

Pobre, preta, periférica e autista, o desaparecimento da meninazinha é um número insignificante nas estatísticas oficiais e na comoção popular.

Na manhã do dia 19 de agosto, uma sexta-feira, o Instituto Raízes de Áfricas,  com o significativo apoio do mandato parlamentar da  deputada estadual, Jó Pereira, realizou, no calçadão da rua do comércio (defronte ao produban)  uma movimento pacifico e intimista, ao som do saxofone do artista  Jairo Queiróz, com cartazes e fotos para chamar a atenção da população e cobrar esclarecimentos sobre o sumiço de Maria.

Jéssica, a mãe da menina, ambas com suspeição de autismo, emocionou-se de forma contida: 

-Maria , um dia vai voltar- diz ela se agarrando à esperança da memória, e essa ativista asseverou que faremos o possível.

Foi um movimento, composto por 8 pessoas, no vai-vem da multidão do calçadão do centro de Maceió,  e vendo o  desamparo de Jéssica, em seu  luto inconcluso, pensei em Nara, e nas quintas-feiras, faz bem 30 anos,  quando ela se posicionava, muitas vezes, sozinha, com um cartaz , no mesmo lugar, que estávamos, buscando o paradeiro do filho, que nunca apareceu.

E, associando a dor de muitas e tantas mães, o Instituto Raízes de Áfricas, com o apoio do mandato da deputada estadual, Jó Pereira, persevera na luta pelo paradeiro de Maria, a menina perdida da família.

E,  acolher familiares e mães de desaparecid@s  é uma das políticas do mandato parlamentar da  deputada Jó Pereira , autora do Projeto de Lei (PL) 830/2022, em tramitação na Assembleia Legislativa, que institui e define as diretrizes da Política Estadual de Prevenção, Acolhimento, Acompanhamento e Busca de Pessoas Desaparecidas em Alagoas..

Onde você está, Maria Clara?