Quando entrar setembro, alguma boa nova talvez até venha andar nos campos, mas no Brasil a coisa não está para esse clima viajandão. A verdade é que o sol pode ser de primavera, mas se depender de Bolsonaro e sua turba de apoiadores, o negócio é botar pra quebrar. Nos comentários aos textos que escrevi nos últimos dias aqui no blog, gente raivosa avisa que devemos nos preparar para o dia 7 do mês que vem, a data em que se comemora a Independência. O presidente, mais uma vez, tenta usar a data cívica para pregações golpistas, com os previsíveis ataques ao STF e à justiça eleitoral.

Como está claro, paira a nuvem pesada já amplamente conhecida de atentado às instituições, numa evidente afronta às regras do jogo democrático. Bolsonaro, de novo, quer usar a massa nas ruas para fazer valer seus planos vagabundos de, mesmo numa eventual derrota nas urnas, ficar no poder por meio da força bruta.

É o que pregam, por exemplo, grandes empresários, podres de rico, que se mobilizam em grupo de WhatsApp. Os depravados nem tentam disfarçar. Em conversas abjetas, reveladas pelo portal Metrópoles, defendem que, caso Lula vença a eleição, tem de haver golpe para manter Bolsonaro na cadeira de mandatário do país.

Assim como outros segmentos aliados ao governo, os donos do dinheiro esperam contar com o Exército para mais uma aventura golpista no Brasil de tantos golpes ao longo da História. Que desgraça! O tempo passa, chegamos ao século 21, mas dementes sempre serão dementes, e criminosos neste caso, não importam a época e o lugar.

Já tivemos o vexame de agosto do ano passado, com blindados do Exército que mais pareciam cacarecos com data de validade vencida sabe-se lá desde quando. Ainda assim, a turma não desiste, nem passando pelo constrangimento do ridículo. Em tudo, a mesma ladainha da “intervenção militar com Bolsonaro presidente”. Perguntem sobre isso a Leonardo Dias, o vereador de Maceió que agora é candidato a vice-governador numa chapa que representa a “nova política”.

A coisa é de embrulhar e revirar o estômago. Algumas horas, parece que não tem mesmo remédio que dê jeito nessa bagaceira. Com todo o respeito, diria que as variadas correntes da tropa do bolsonarismo parecem no cio com a proximidade do Sete de Setembro. 

Mas tenhamos calma. O mundo já não é mais aquele de 1964. O Brasil também não. Ainda que o clima nefasto tenha tornado o ambiente sufocante, e que muitos tenham se perdido no caminho, sim, uma nova canção virá com o sol de primavera.

(Minha Nossa! A coisa tá tão feia que até parece que fiquei sentimental...).