Para essa ativista a primeira referência de um grande artista/artesão manual foi Seu Antonio Pedro, o mestre serralheiro/funileiro, como era conhecido. A arte da funilaria e serralharia que aprendeu como autodidata era algo primoroso. Tinha delicadezas que contrastavam com o homem árido.
Meu pai era um sujeito rígido, do cinto que estalava nas costas e fazia estragos na alma e na autoestima de quem estava em plena fase de crescimento.
Filh@s.
Por ser um ditador de normas, logo cedo, essa ativista entrou em zona de confrontos, dos enfrentamentos.
Em uma ocasião, aos 15 anos, disse ao pai, que, àquela seria a última vezes que ele a surraria. E foi!
Aos 15 anos, essa ativista, subverteu a hierarquia do poder patriarcal, dentro de casa.
Meu pai era semianalfabeto, mas, foi com ele que aprendi o gosto pela leitura.
Seu Antônio, era sujeito bruto, mas, ao mesmo tempo, inteligente , visionário , com uma ampla noção de justiça, e principalmente, dono de um caráter ilibado, e essa foi a herança MAIOR que me deixou.
Caráter!
“Zele por seu nome, é o que de mais importante você tem” - repetia feito mantra.
E essa ativista segue, com muita responsabilidade, o mantra.
Honrando o nome do pai.
O tempo, a idade, net@s fizeram mudanças radicais, suavizaram profundamente, trouxeram docilidade para a alma do velho.
Faz muito tempo que meu pai se foi e daqui a pouco terei a idade dele.
Salve, Seu Antonio Pedro!