Com certeza você já ouviu a expressão 'um pé em cada canoa'. Isso foi o que aconteceu com a ida do PL para o grupo do senador Fernando Collor (PTB). Explico: existia um acordo nacional de que o partido deveria ficar em Alagoas sob o comando de Arthur Lira (PP).
Ou seja, essa mudança deixa bem claro que o presidente da Câmara dos Deputados tirou o pé da candidatura de Rodrigo Cunha (União Brasil) e deu um reforço na outra candidatura ao governo que tem discurso pró-Bolsonaro.
Essa migração ocorre numa situação muito estranha e de reconciliação forçada, já que Leonardo Dias era um dos mais ácidos adversários de Collor, quando o bloco bolsonarista nem queria saber dele, nem de Arthur, nem de ninguém do Centrão.
Na eleição anterior, o vereador era um dos que cantavam: “se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão...”. Porém os tempos mudaram. Bolsonaro jogou fora o discurso de moralidade e de que iria combater os corruptos. Hoje a política é feita da forma mais dura possível.
Arthur não brinca na hora de dar recado. Tanto que JHC – fiador de Rodrigo - também sentiu esse peso quando ousou discordar e depois foi abandonado por ele. O prefeito, que tinha o pai candidato pelo UB (também pertencente ao deputado), viu seu nome ser enfraquecido pelo próprio presidente da Câmara.
JHC então quis ser protegido por Bolsonaro e sentiu de perto a ira dos bolsonarianos sendo vaiado e chamado de melancia - verde por fora e vermelho por dentro - no evento do Vergel ao lado do presidente.
A perda do PL foi mais um baque em tempo difíceis para Rodrigo. A decisão é prática e realista, pois mexe diretamente com o tempo de TV, fundamental neste momento para quem está na disputa, e tentando correr atrás do prejuízo.
O PL tem um bom tempo e que vai fazer falta no bloco de Rodrigo. Ao deixar o partido ir tranquilamente para os braços de Collor, Arthur dá mais um recado ao senador Rodrigo: o grupo tem plano A e B. Qual dos planos seria Rodrigo, já que só definha desde que começou a corrida eleitoral?