Em 2017, essa ativista, coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas, interpelou o então presidente Michel Temer, quando de sua vinda a Alagoas.

A conversa se deu no Centro de Convenções, através do porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola,que segredou para essa ativista   ser um assíduo leitor do blog.

O que pedíamos a Temer era a intervenção no caso de Rafael Braga, o único preso preto político, por conta de uma garrafa de pinho sol.

A conversa atravessou fronteiras, e recebemos convite para ir a Brasília, onde articulamos com a Secretaria Nacional de Articulação Social da Presidência. a vinda de 11 ministérios para uma discussão aproximada, visando a implementação das políticas afirmativas que impactam a vida da população negra de Alagoas, uma das mais empobrecidas do país.

Surgiu o I Encontro de Gestores sobre Projeto Estruturais de Políticas Públicas para População Negra. O evento ocorreu no dia 6 de março, às 10h, na Associação dos Municípios de Alagoas (AMA), no bairro do Farol.

E na manhã, antes do início da atividade,  fomos surpreendidas por um telefonema, de uma deputada estadual, que alertava sobre um boicote orquestrado pasmem, por um conselho de direitos e representação governamental, para tumultuar a ação.

Até uma emissora local foi convidada pela presidenta do tal conselho para mostrar o tumulto, previamente planejado.

Apesar dos atropelos induzidos, o encontro aconteceu, atravessado por  um clima  de discórdias internalizadas, gerando um desconforto, instabilidade desnecessária, mas, no meio do caos, a lembrança que essa ativista guarda, com um carinho incomensurável é da  ex-senadora  do município de  Santana do Ipanema, Renilde Bulhões, que o tempo todo buscou apaziguar a situação de confronto, afirmando, que “um momento rico como esse é para ser aproveitado e que os desencontros deveriam ser resolvidos em off, internamente.”

Segundo uma “nota de esclarecimento” (que, tecicamente, não esclareceu, nada), a presidente do tal Conselho repudiava a forma dinâmica e assertiva que essa ativista tem de ir contra a maré de inercia ,exercitando territórios de  operacionalidade, a partir do ativismo

Ainda, tenho nos meus guardados, a tal esclarecimento recheado de concepções exclusivistas de grupos com ideias hegemônicas,

E  hoje, 5 anos depois, ouvindo a atriz Giovanna Ewbank falar sobre o poder da branquitude e a validação do discurso social  fico matutando “se essa ativista, articuladora, pensadora ,organizadora de um encontro com tão alta e complexa magnitude ( foram 11 ministérios) fosse uma mulher branca teria sido aplaudida, ovacionada?

Em 2017, essa ativista fez intervenção política junto, ao então presidente, Michel Temer, e trouxe 11 ministérios para discutir racismo estrutural, em Alagoas. 

Qual é o grau de letramento racial nas Alagoas de Aqualtune?

Meus respeitos, ex-senadora, Renilde Bulhões.

Ubuntu!