A preta, Virgínia Bicudo foi a primeira não médica a se tornar psicanalista no Brasil. e, também, um dos primeiros nomes a falar sobre o campo clínico da psique infantil.
Uma das figuras mais importantes e pioneiras na disseminação da psicanálise no Brasil e no debate de estudos raciais no campo da psicanálise.
Com uma vida marcada pelo racismo, ela buscou na ciência um local para debater os preconceitos que enfrentou.
Sua dissertação de mestrado, intitulada Estudo de atitudes raciais de pretos e mulatos em São Paulo (1945), foi a primeira a tratar da questão racial no País.
A pesquisa questionava e confrontava mitos e visões tradicionais da época que afirmavam a existência de uma “harmonia racial”.
Virgínia Bicudo publicou artigos em jornais nacionais e internacionais, sendo o primeiro membro da SBPSP a publicar no International Journal of Psychoanalysis, em 1964.
Além de psicanalista, Virgínia Bicudo foi educadora sanitária, visitadora psiquiátrica, socióloga, professora universitária e divulgadora científica, consolidou sua carreira, foi requisitada por ministros e por senadores e, até o final da vida, trabalhou em prol da difusão e do ensino da psicanálise.
Virgínia Bicudo morreu em 2003, aos 92 anos, em São Paulo.