Conheci Antônio Pereira Chicuta Neto, o “Tony Chicuta”, nas caminhadas políticas, com a ex-senadora Heloisa Helena.

Era líder comunitário do Parque Residencial Benedito Bentes e Conjunto Aracauã, periferias onde a miséria é burocratizada pelo extremo vazio de políticas públicas urgentes e necessárias.

Era um sujeito incisivo em seus posicionamentos e alimentava anseios de ocupar lugares políticos, até se candidatou a ser governador-tampão, em Alagoas. 

Fisioterapeuta, técnico em nutrição, membro do conselho gestor em saúde do PAM salgadinho, .Tony Chicuta foi morto.

Um pouco mais de ano após lamentar a morte da mãe., que ele chamava de princesa.

Foi morto, em um estado que arreganha a palavra para falar em diminuição de homicídios, como manchete de propaganda política, para amplificar o discurso. Mas, como assim, se tem gente morrendo todo dia?

Mulher, crianças, homens, gays, pret@s são tantos corpos que não dá nem tempo de velar.

O IML está cheinho deles.

Corpos esquecidos e invisíveis aos olhos dos homens doutos.

Tony um homem gay, preto despede-se do mundo, silenciosamente e que, ao menos, haja justiça pela forma brutal que  partiu.

Que o Orun te acolha com festa, Tony Chicuta!