Alagoas é basicamente o ÚNICO estado , no Brasil todinho, que não estabeleceu NENHUMA linha de atuação política para a integração efetiva e real das mulheres pretas, em nossa conservadora sociedade impeditiva e racista.
Assim como o Brasil, Alagoas nos trata feito hóspedes indesejáveis, descartáveis.
As terras de Palmares é um estado excessivamente racista e continuamos tapando o sol com a peneira, decretando uma comoda e pacificante nova era da democracia racial.
Mulher preta, no segundo menor estado da federação, é algo tipo “en passant”,mulher quilombola então.... Aquela coisa exótica que serve para enfeitar comercial de tv, sem nenhuma representação real nos espaços sociais e políticos do estado, que é berço do quilombo centenário do maior enfrentamento à opressão racista.
Quilombo este, primeiro chefiado por uma mulher valente, aguerrida, a rainha Aqualtune.
25 de julho é DIA NACIONAL DA MULHER NEGRA E DE TEREZA DE BENGUELA.
Não temos motivo para festejos idílicos, porque, não adianta, que um grupo mínimo de mulheres pretas, soerga do caos do racismo estrutural, quando a grande massa, ainda continua afogada pelo descaso estatal , nas periferias excludentes.
E as favelas inchadas de mulheres pretas, sem sonhos, não entram na linha real da nossa atuação.
Ou os 73 quilombos alagoanos, fontes de esgotamentos sanitários abertos, com fezes, nadando à luz do sol, são espaços invisibilizados, por nós mesmas, as pretas militantes.
Qual a mulher preta, quilombola que você representa, em Alagoas?
A política dos poderes politicos em Alagoas não está nem aí para o nosso tal empoderamento da mulher, É só a falácia de gênero, agregado à exclusão étnica..
Você tem noção que existe um órgão no estado, com missão institucional para implementação de politicas que afirmem nossa história e profissionais/ E tudo isso pago com nosso dinheiro?
Passados 7 longos anos, simplesmente, não há AÇÕES EFETIVAS, que intimidem o racismo estrutural de continuar a chacoalhar nossas existências?
E o que é mais irracional, é que nós, somos, as pretas protagonistas de uma possível mudança de realidades, mas, nos partimos em muitas, fragmentando o que poderia ser grito uníssono, mesmo que diversos e fazemos de conta que está tudo certo, conforme o código da fidelidade ao foco partidário , mas, importante lembrar que antes de ser partido, somos pretas, com uma política de causa.
Da nossa causa!
A esquerda é branca e a direita se faz de míope, quando o tema é o enfrentamento ao racismo estrutural, das Alagoas.
A gente continua na bolha ensimesmada de eventos pontuais e festivos.
Somos os números gigantescos, na violência do feminicídio.
Nós, as invisíveis, mulheres pretas.
Somos as mães dos 70% das crianças que estão submetidas ao trabalho infantil, em Alagoas.
70% só de crianças pretas!
Somos as mães, irmãs, tias, sobrinhas, avós de milhares de jovens pret@s que, continuam a ser mortos no silêncio dos números institucionais, que não nos percebem;
Vidas Pretas Importam Vivas!
Enquanto isso continuamos a ser tratadas como filhas ilegítimas desse quilombo, apossado, acossado pelos marechais.
Alagoas!
Tu, liberdade formosa!
Hoje é dia NACIONAL DA MULHER NEGRA E DE TEREZA DE BENGUELA
Em 7 anos de gestão, qual o projeto real de integração social que o estado de Alagoas efetivou, para mulheres pretas/quilombola, em Alagoas?