Alagoas sempre foi palco de conflitos e lutas, como a entre os Cabeludos e os Lisos, que disputaram onde o que seria localizada a capital se em Marechal Deodoro ou em Maceió. Não se pode esquecer também a luta pela liberdade dos negros quilombolas na Serra da Barriga, a perseguição ao Bando de Lampião e a quebra de Xangô.
Apesar destes conflitos, Alagoas sempre foi berço de grande influência renovadora da política e estruturação nacional. Assim, o livro “A Província”, de Tavares Bastos, marca época ao fazer uma defesa da autonomia das províncias e, ouso dizer, que é o primeiro marco em defesa do federalismo fiscal no País.
Desde 2015 a gestão do Estado de Alagoas desenvolveu uma série de reformas fiscais e de gestão, numa busca incansável pela tão almejada autonomia financeira de Tavares Bastos, com uma gama de projetos e programas inovadores que promoveram uma verdadeira mudança de paradigmas. Assim, saiu-se da insolvência para uma situação fiscal muito confortável. Apesar dessas mudanças, é necessário a consolidação do processo de mudança da cultura organizacional e da população que leva tempo.
A meta da gestão sempre foi de investir, no mínimo, 10% da Receita Líquida do Estado. De janeiro de 2015 a dezembro de 2022, Alagoas terá investido na sua economia cerca de R$ 15 bilhões entre recursos do estado e de concessões públicas. Dessa forma, Alagoas tomou um rumo imprevisto pela maioria - um pouco como naquela ópera de Massenet, em que a moça que ia para o convento acaba virando a jovem mais badalada de Paris.
Assim, Alagoas iniciou um novo ciclo econômico, deixando para trás um grande período de dependência de Brasília e buscando um novo caminho, com a atração de investimento privado nacional e estrangeiro para a ampliação da indústria do turismo, da logística e distribuição, da indústria químico-plástica, do ressurgimento do setor sucroalcooleiro, do agronegócio associado a indústria alimentícia local e a criação do hub óleo e gás.
Assim, novas cadeias industriais vêm surgindo atraídas por segurança jurídica, solidez fiscal e um conjunto de investimentos em infraestrutura, logística e urbanização. Entretanto esse processo só seria vigoroso e longevo se associado a um processo de mudança qualitativa na formação educacional e profissional do povo e uma nova infraestrutura de saúde pública.
Por isso, nos últimos 3 anos o estado reforçou programas para dotar todas as regiões com equipamentos modernos de saúde, reforçando a estrutura local através de apoio aos munícipios. Da mesma forma, foi instituído um grande conjunto de programas para engajar os jovens na melhoria de seu processo educacional, oportunizando a eles mentoria e orientação pedagógica e profissional.
A segurança pública foi outro pilar desenvolvido nos últimos anos, pois tirou alagoas do mapa do medo e da violência, tornando-se assim um estado friendly para turistas e investidores do mundo todo. Não é à toa que nos últimos anos o número de leitos hoteleiros praticamente dobrou, sendo hoje a rede mais moderna do Nordeste.
Em paralelo, foi desenvolvido um grande projeto de modernização do Estado em que o setor privado foi convidado a participar e colaborar com essa nova Alagoas que surge moderna, dinâmica, inclusiva e sustentada na transparência, eficiência e na meritocracia. Dessa forma, foi implantado um grande programa de concessão de serviços públicos em saneamento, energia, aeroportuária. Já estão contratados para os próximos 10 anos cerca de R$ 15 bilhões em investimentos que farão alagoas dar um salto qualitativo e de qualidade de vida.
Os efeitos multiplicadores na economia destes investimentos podem chegar até 4 vezes o valor investido. Dessa forma, fica claro a potencialidade de expansão da economia alagoana, nos últimos 3 anos o valor faturado das empresas alagoanas, já incluindo as novas plantas industriais e de distribuição, cresceu em média 10% ao ano, mesmo com a pandemia e a parada de uma grande indústria por mais de 15 meses.
Alagoas já tem diversos novos investimentos privados em andamento para sua implementação notadamente no setor de energia limpa, extração mineral, óleo e gás, distribuição, indústria de transformação e turismo. Dessa forma, em até 10 anos o PIB alagoano tem muita chance de dobrar.
Entretanto, como muito bem definiu o filósofo Marco Tulio Cicero “Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos. Mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma” nesse sentido ele explica como age o traidor: “Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da nação; ele infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe. Deve-se temê-lo mais que a um assassino”.
Assim, o caminho para um futuro com desenvolvimento responsável é duro, mas trará diminuição da pobreza e do desequilíbrio social através de um longo ciclo de melhoria de gestão e o foco em resultados. Temos exemplos no Brasil e no mundo, basta ter cuidado e evitar os “traidores”. Não há caminho fácil, mas de trabalho, mais trabalho e mais trabalho como sempre disse para mim Salvatore Santoro meu pai. Então, Alagoas alcançará essa ambiciosa meta.
George Santoro