Na rua que eu moro tem um prédio de apartamentos enorme que começou a construção, tem bem uns 18 anos e até agora o cabra-dono da construtora, não conseguiu concluir.

Daí, nos últimos meses o prédio ficou meio em situação de abandono, sem vigia e com um pedaço de arame travando os portões.

E os donos do alheio percebendo o abandono iniciaram uma investida para levar tudo que podia. Chegavam de carrinho de mão, carroça e uns ,ousadamente, trouxeram um carro.

O movimento chamou a atenção da vizinhança. Todo mundo sabia o que estava acontecendo, mas, ninguém queria se envolver, porque os cabras intimidavam com um “bom dia, vizinh@” e etc e tal.

Mas, daí a polícia apareceu ,mas, avisou que não podia fazer nada, porque precisavam localizar o dono do prédio, até que ameaçaram o vigia do edificio ao lado, que chamou, novamente  a policia. A policia intimou o dono da construtora para envidar as devidas providencias.

E depois de 15 dias de movimentação, o dono da construtora fechou todos os caminhos possíveis e contratou vigia.

E, essa ativista ficou matutando em velho proverbio português: "Depois da casa arrombada, cadeado à porta" .

Provérbio esse que é muito similar ao que acontece com as águas que varrem barragens, sem manutenção, fiscalização, nos municípios alagoanos (qual órgão responsável por cuidar das barragens?)

Segundo a cientista social, Elis Lopes: “Isso não é apenas um desastre ambiental natural. Os municípios nordestinos sofrem com falta de políticas públicas hídricas, com barragens antigas, sem manutenção, um descuido que tem consequências drásticas. Por anos e anos as cheias dos rios levam as casas. O desordenamento urbanístico tem consequências drásticas. O rio pode passar 30 anos dormindo, mas quando acorda quer seu leito. E outra, as pontes que estão sendo levadas são obras relativamente recentes. Isso precisa ser investigado. Imagina se a ponte Rio Niterói caísse todas as vezes que chovesse forte? As pontes como as barragens precisam de fiscalização de manutenção. Tem barragem com mais 50 anos sem manutenção sem fiscalização. “

O fenômeno águas, que afogam, destroem, em Alagoas, não é um apenas um desastre ambiental. É ausência flagrante de políticas públicas sistêmicas. 

E quem é penalizado com esse nem-te-ligo?

A população pobre, periférica e em sua grande maioria, preta.

Entende?